Ponte agora é, definitivamente, Honestino Guimarães

A ponte que liga a QI 10 do Lago Sul à via L4 Sul não carrega mais o nome de um ditador. Na noite de terça-feira (13), a Câmara Legislativa derrubou o veto do governador Ibaneis Rocha e a ponte passou a se chamar Honestino Guimarães definitivamente.

Para o autor do projeto de lei 1.697/2021, deputado distrital Leandro Grass (PV), substituir o nome de Costa e Silva, segundo dos ditadores que presidiram o Brasil durante o regime militar, pelo de Honestino, que lutou pela democracia, é uma questão de justiça: “Com essa mudança, fizemos uma correção histórica e cumprimos a lei que impede que bens públicos levem nomes de pessoas que cometeram crimes contra a humanidade”, escreveu o deputado em suas redes.

O veto de Ibaneis foi derrubado por 17 votos favoráveis. Apenas quatro deputados distritais foram contrários: Hermeto (MDB), Iolando (MDB), Robério Negreiros (PSD) e Roosevelt Vilela (PL).

Em 2015, projeto do então deputado Ricardo Valle (PT) já tinha proposto essa mudança. O PL chegou a ser aprovado pela Câmara, mas foi declarado inconstitucional pelo Tribunal de Justiça por não ter contemplado a realização de audiência pública. Agora, com todos os trâmites adequadamente cumpridos, o veto de Ibaneis foi ideológico.

A derrubada do veto aconteceu exatamente no dia do 54º aniversário do AI-5 (Ato Institucional nº 5, editado por Costa e Silva, que inaugurou o período mais violento da ditadura).

Honestino Guimarães estudou no Elefante Branco, depois, Geologia na UnB. Foi presidente da Federação dos Estudantes Universitários de Brasília (FEUB) e da UNE. Ele foi preso pela ditadura militar em outubro de 1973 e nunca mais foi visto. Sua família recebeu seu atestado de óbito somente em 1996, sem a causa da morte, e até hoje seu corpo nunca foi localizado.

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