PM se desmoraliza ao agir como guarda-costas de Witzel e reprimir estudantes da UFF

A Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro, considerada a mais violenta do mundo, bloqueou uma porta de emergência na Universidade Federal Fluminense (UFF) para impedir uma manifestação de estudantes contra o governador Wilson Witzel (PSC), o qual adentrou o campus para fazer uma prova de qualificação. Esse tipo de ação contribui apenas para desmoralizar uma instituição pública centenária, criada para proteger a população e seu patrimônio.

Um vídeo que circula nas redes sociais desde a semana passada mostra a ação da PM do Rio, comprovando as reiteradas denúncias da população da capital carioca de despreparo da corporação militar para lidar com suas competências institucionais e intolerância com a democracia. A ação da PM é ilegal, inconstitucional e de alta periculosidade.

Armados de fuzis, o que indica que estão prontos para atirar, policiais bloquearam a porta e permaneceram ali, reprimindo e intimidando os estudantes, apenas para impedir uma manifestação legítima contra a má gestão do governador. Esse tipo de ação já contamina a corporação em várias unidades da Federação e isso é sintoma de desvio de finalidade de uma instituição criada e sustentada pelos impostos públicos para defender a população e seu patrimônio e não agir como segurança privada e pessoal de políticos de plantão que ocupam, temporariamente, o comando do Poder Executivo.

A diretoria colegiada do Sinpro-DF vê a atitude com preocupação e alerta para o fato de que o lugar da PM é nas ruas, atuando, estritamente, nas suas competências que são designadas por lei. O rol de competências da PM já é, por si só, um árduo e volumoso trabalho. Atacar manifestantes não faz parte de suas atribuições legais e muito menos a quem defende os interesses legítimos do povo. A ingerência da PM dentro das escolas públicas não gera cidadãos e cidadãs.

Ao contrário, e diferentemente da ação do Batalhão Escolar fora e nos arredores das escolas, o resultado desse tipo de intervenção dentro das unidades de ensino para reprimir as liberdades democráticas só resulta em perseguição política, criminalização dos movimentos docente e estudantil, repressão, autoritarismos, interferências indevidas e todo o tipo de crime contra as liberdades democráticas. Implica, sobremaneira, em afundar o Brasil no obscurantismo despótico.

Atribuímos essa cena depressiva, agressiva e patética, ilegal e inconstitucional da PM dentro da UFF à má gestão, ineficiência e ineficácia do atual e passageiro governo Wilson Witzel e à intolerância de um governador que usa o autoritarismo para omitir suas intenções privatistas e sua falta de preparo para conviver, no exercício do cargo público, com críticas pertinentes à sua gestão.

É mais um que se aproveita de ter sido eleito para usar a PM como guarda-costas privada e para proveito pessoal. É importante esclarecer que tanto o primeiro como o segundo uso é crime e mais criminoso ainda é impedir o protesto de estudantes vítimas da má gestão dos recursos e patrimônio públicos. É importante ressaltar que ambos os crimes estão notificados na Constituição Federal.

Semelhante ao Rio, o Distrito Federal está tendo de lidar com um governador que também desvia as funções originárias da PM para atendimento de um projeto privado de um grupo de empresários do ramo da educação em detrimento do interesse público. A comunidade escolar do DF está tendo de exigir do governador Ibaneis o cumprimento da lei quando o assunto é a PM.

Trata-se de outro governador que, contra a vontade do povo, conduz, no Palácio do Buriti, uma gestão duvidosa ao forçar escolas da rede pública de ensino a serem militarizadas para implantar nelas um projeto ardiloso de privatização da escola pública. A diretoria colegiada do Sinpro-DF refiram que o lugar da PM é nas ruas, combatendo o crime e dando segurança ao povo honesto e trabalhador e não dentro das unidades escolares da rede pública impedindo e atentando contra a liberdade de cátedra.

A comunidade escolar do Distrito Federal também exige que a PM cumpra o papel para o qual ela foi criada. O lugar da PM é na rua, no Batalhão Escolar. E a função do governador é assegurar  a gestão democrática nas escolas públicas e no DF.

Confira o vídeo