Pedagoga Adrielly, a 12ª vítima de feminicídio no DF em 2023
A 12ª vítima de feminicídio do DF neste ano era pedagoga, e lecionava no CEF 418 de Santa Maria. Na noite de sexta-feira (2/6), Adrielly Thauana foi assassinada a facadas por Josmar Junio, que tentou se matar em seguida e foi encaminhado ao Hospital do Regional Gama (HRG), onde segue internado. Adrielly é natural do Piauí, e será enterrada em seu estado natal.
A diretora do CEF 418, Gabriela Lima da Silva, lamenta muito a perda da colega: “Adrielly, você fará falta para nós, aqui no Cef 418, tenha a certeza disso. Estamos todos muito tristes com a sua partida. É difícil aceitar que não teremos mais seu sorriso em nossas manhãs, mas sabemos que você já não está mais sofrendo, está em um lugar melhor e certamente sorrindo para Deus.”
Em todo o ano de 2022, o Distrito Federal registrou 17 feminicídios. Em 2023, até o início de junho, já foram registrados 12 feminicídios na Capital Federal – de 25 tentativas de feminicídio. Mas, dos 12 assassinos das (ex-?) companheiras, 10 estão presos, um se matou e apenas um segue foragido.
O feminicídio é problema endêmico no Brasil – e em vários outros países. Por que, para tantos homens, dispor da vida de uma mulher como se fosse um objeto, ou coisa menor / inferior, é algo tão natural? Encontramos a resposta numa combinação histórica e social de cultura machista com ascensão de pautas conservadoras e morais.
Promover a reflexão sobre o papel da mulher na escola e na sociedade é tarefa também do sindicato. E você? Já levou suas turmas a refletirem sobre isso?
“É função da escola escancarar essa naturalização da violência contra mulheres. É nossa função, como educadores e educadoras, mostrar aos estudantes a ausência de justificativa para o tratamento dispensado às mulheres por vários homens (e mulheres também) em pleno século XXI”, lembra Mônica Caldeira, coordenadora da secretaria de mulheres educadoras do Sinpro. “Qual a correlação entre o conservadorismo, o machismo e a punição aos corpos das mulheres? Qual a correlação entre as pautas morais e as pautas de costumes e a punição à existência das mulheres”, lembra a diretora do Sinpro.
A Professora Adrielly foi a 37ª vítima (entre fatais e quase fatais), apenas nos casos reportados de feminicídio. Muitos outros não foram reportados, e muitas outras expressões de machismo tão presente em nossa sociedade se dão de diversas formas.
Adrielly Thauana, presente! Descanse em paz.