Pauta histórica, Sinpro luta pelo fim da violência nas escolas de forma permanente
Violência nas escolas abala toda a sociedade. Agressões das mais diversas formas que colocam em risco a dignidade e a vida da comunidade escolar geram insegurança e, sobretudo, o anseio de um ambiente permanentemente de paz. Para isso, a primeira pergunta que deve ser feita é: qual o tipo de segurança queremos para nossos professores, orientadores educacionais, filhos, mães, pais, irmãos, amigos?
É urgente lembrar que a violência é um problema estrutural da sociedade, gerado fora das escolas e trazido para dentro das salas de aula. Um dos motores geradores dessa realidade é a falta de investimento na educação pública, um retrato atual do Distrito Federal.
Professores(as) e orientadores(as) educacionais desvalorizados, salas de aula superlotadas, escolas sem infraestrutura, estudantes com deficiência sem atendimento especializado, falta de merenda são alguns dos problemas que a comunidade escolar do DF vive diariamente e que comprovam que o governador Ibaneis Rocha atua na contramão de um ambiente escolar de paz.
Até agora, o que se tem é a atuação de um governo que aposta em paliativos perniciosos para o grave problema da violência nas escolas.
Em fevereiro, o Executivo enviou à Câmara Legislativa projeto de lei que implementa nas escolas públicas segurança armada, inclusive por meio de contratos privados. Sem chance de equívoco, a proposta, que tem pedido de urgência para ser apreciada, impõe uma política de terror que, inicialmente, através do medo, pode até interferir no número de casos como o registrado na unidade escolar de São Sebastião, nesta semana, mas não tarda em se autodeflagrar como mais uma mola propulsora da própria violência.
Nessa terça-feira (5/3), o deputado federal do DF, Rafael Prudente, ex-distrital da base de Ibaneis, levou proposta quase idêntica a do governador à Câmara dos Deputados. Uma constatação de que minar das escolas qualquer possibilidade de ensino e pensamento crítico, tornando a obediência e a passividade únicos elementos “pedagógicos” de formação de crianças e adolescentes, é um projeto.
É incontestável que todos os casos de violência dentro das escolas devem ser combatidos e todo o devido processo legal envolvendo agressor e vítima deve ser cumprido à risca. Não nos esqueçamos de que o Sinpro, em toda a sua história, sempre priorizou a vida da categoria, como foi na pandemia da Covid-19. Entretanto, para problemas estruturais como o da violência, a fragilidade de medidas paliativas e, na ponta, antidemocráticas, perpetuam um ciclo vicioso de sofrimento. Todos e todas nós perdemos.
Queremos e lutamos pela vida da nossa categoria, da nossa comunidade escolar. E, para isso, apontamos a valorização dos e das profissionais de educação, o direito à educação e à segurança para quem frequenta as escolas. Tudo isso de forma sustentável e de resolução permanente, com remuneração digna para professores(as) e orientadores(as) educacionais, investimento na educação pública, fortalecimento do Batalhão Escolar.
Deixar crianças e adolescentes na mira de armas e fazer vigilância ostensiva de profissionais da educação só agrava o desespero da comunidade escolar.
Escola não é lugar de arma. Escola é lugar de ser feliz!
Diretoria Colegiada do Sinpro-DF
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