Parceria pelas cotas

O Sinpro faz parte do Comitê de Articulação de Defesa das Cotas, uma reunião de diversas entidades da sociedade civil pela manutenção do programa de cotas da UnB até o fim de sua duração programada. Fazem parte dessa articulação entidades como o Fórum de Mulheres Negras do Distrito Federal, o Centro de Convivência Negra da UnB, a Central Única dos Trabalhadores e vários outros, com o apoio da UnB e dos deputados Paulo Tadeu e Erika Kokay.

Como parte da parceria, o Sinpro colocará sua secretaria jurídica à disposição do comitê. “Não apenas é nosso dever defender o acesso universal à educação, esse é também um assunto que afeta diretamente nossos filiados, já que muitos foram, são ou pretendem ser alunos da UnB”, comentou Washington Dourado, diretor da secretaria jurídica do sindicato. Também serão realizados eventos conjuntos entre a UnB e a Secretaria para Assuntos de Raça e Sexualidade do Sinpro, como um ciclo de debates sobre a questão racial. “Vamos estreitar ainda mais essa parceria, e anunciaremos as datas no site do Sinpro em breve”, garantiu Misael dos Santos, diretor da secretaria.

A Universidade de Brasília foi a primeira instituição federal de ensino a adotar o sistema de cotas raciais, em 2004. Cinco anos depois, 92 outras federais adotam algum tipo de cota, 70% delas utilizando o enfoque racial. São grandes conquistas, e tanto alunos quanto reitoria concordam quanto ao sucesso do programa que mudou a cara da universidade. Segundo o plano original, as cotas devem continuar sendo aplicadas por mais cinco anos, quando se espera que não sejam mais necessárias.

Mas apesar das conquistas do sistema de cotas, não faltam aqueles que gostariam de derrubá-las. Várias Ações Diretas de Inconstitucionalidade contra as cotas circulam no Supremo Tribunal Federal, e no Rio de Janeiro a justiça chegou a suspender a lei estadual de cotas. No caso da UnB, as cotas estão sendo questionadas por uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, proposta pelos Democratas ao STF.