Palestra foca em acessibilidade linguística para estudantes surdos

Garantir acessibilidade linguística no contexto educacional para estudantes surdos que não frequentam escolas bilíngues de surdos. Esse foi o objetivo central da palestra “A relação entre o professor regente e o intérprete educacional”, realizada por professores(as) do Atendimento Educacional Especializados lotados nas escolas polos de Estudantes Surdos/com Deficiências Auditivas do Gama. O evento fechou o mês do Setembro Azul.

Com o apoio da Coordenação Intermediária de Educação Inclusiva da CRE do Gama e do Sinpro-DF, a formação foi realizada junto a gestores e professores(as) das escolas EC 09, EC 12, CEF 08, CEF 11 e CEM 01 do Gama. Para abordar o tema, foram convidadas a coordenadora da Escola Bilíngue Libras e Português Escrito de Taguatinga, Andréa Belém; e a intérprete de Libras da Diretoria de Acessibilidade da UnB Dannia Esteves.

Professor itinerante de Surdos/com Deficiência Auditiva do Gama Marcilene Carvalho, afirma que “essas ações coletivas são essenciais para incentivar a cultura colaborativa entre os profissionais do Atendimento Educacional Especializado nas escolas polos para estudantes surdos e com deficiência auditiva”. “O objetivo é propor atividades que rompam com o preconceito imposto pela categorização do conceito da surdez na perspectiva clínica de deficiência, além de pensar nas barreiras linguísticas e pedagógicas que interferem no desenvolvimento dos estudantes surdos. Essas ações formativas são importantes para incentivar o repensar pedagógico de todos os profissionais que atuam na educação de surdos”, diz.

Durante o evento, alunos(as) surdos das escolas públicas do Gama realizaram apresentações. Estudantes da EC 09 do Gama apresentaram o Hino Nacional Brasileiro em Libras e o estudante do CEF 08, José Manuel, com apoio dos colegas surdos, apresentou a releitura da poesia “A dor do silêncio”, de Renata Freitas. O poema aborda o direito linguístico da pessoa surda, em que num determinado período histórico, foi proibida comunicar em Libras, sendo obrigada a utilizar a oralidade no processo de comunicacional.

O evento ainda contou com exposição de desenhos do estudante surdo Maycon Santos, do CEM 01, e com relato da estudante surda Lorrane Flaira, egressa das escolas polos de estudantes surdos do Gama, que abordou suas perspectivas futuras após sua formação na educação básica.