OMS divulga novas regras e diminui período de isolamento para pacientes com covid

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, na sexta-feira (13), novas recomendações para a Covid-19. Tempo de isolamento, uso de máscaras e remédios para a doença compõem as novas prescrições. Dentre as indicações, o isolamento social de quem manifesta a doença foi o que teve maior alteração. A organização diminuiu o tempo de isolamento após ser constatada a infecção: agora, sem teste, pessoas que não sentem mais os sintomas da doença podem ser liberadas 5 dias a partir do primeiro dia de sinais da doença — anteriormente, eram recomendados 10 dias.

Preconizado como um dos mais importantes meios para evitar o avanço do vírus, o isolamento social vem sendo uma medida preceituada desde início da pandemia do novo coronavírus como uma medida para evitar o avanço do vírus. Contudo, com as novas descobertas científicas sobre a doença, a depender de sintomas e dos testes, o período em que o paciente deve ficar sem contato com outras pessoas varia.

As alterações divulgadas foram baseadas em evidências científicas. No primeiro caso, a organização observou que pessoas liberadas no décimo dia a partir dos sintomas já contam com um risco de infectar outras pessoas três vezes menor do que aquelas com o fim do isolamento a partir do quinto dia.

Na segunda alteração, os especialistas observaram que o risco de alguém assintomático transmitir o vírus é menor comparado a quem tem sintomas. Segundo apuração do jornal Folha de S. Paulo, no Brasil, as indicações têm algumas peculiaridades: em janeiro de 2022, o Ministério da Saúde (MS) modificou o esquema de isolamento: desde então, para casos leves e moderados, a pessoa pode voltar à vida cotidiana a partir do sétimo dia sem apresentar febre ou sintomas respiratórios nas últimas 24 horas.

Se fizer um teste no quinto dia a partir dos sintomas e o resultado for negativo, além de não sentir mais sintomas nas últimas 24 horas, o paciente também já pode sair do isolamento. Se os sintomas persistirem, é necessário completar dez dias desde o início deles.

Máscaras

As máscaras também fazem parte da atualização das recomendações da OMS. Segundo apuração do site Metrópoles, a OMS continua recomendando o uso de máscaras quando for exposto a uma pessoa com o vírus, estiver infectado ou com suspeita da presença do coronavírus, tiver contato com indivíduo que tenha risco de um quadro grave da Covid-19 ou para qualquer um que esteja em locais fechados, pouco ventilados e cheios de gente.

O Metrópoles destaca a prescrição dos especialistas que recomendam o uso dos itens de segurança a partir de dados epidemiológicos locais, considerando os níveis de vacinação, hospitalização e imunidade da população.

Ou seja, a OMS mantém o uso das máscaras sobretudo por pessoas expostas à Covid-19 recentemente, com suspeita da doença e por indivíduos com maior risco ou em situações de aglomeração ou em ambientes fechados sem muita ventilação.

A diferença é que, no novo guia, a OMS se baseia no cenário global da Covid-19 para determinar as novas indicações do uso de máscaras. Anteriormente, as recomendações partiam da situação epidemiológica local da doença, mas agora elas independem dessa questão “dada a atual disseminação da Covid-19 globalmente”.

Remédios

Por último, a OMS alargou sua recomendação para o uso da medicação Paxlovid, o antiviral fabricado pela Pfizer. A organização explicou que mulheres grávidas e lactantes com Covid leve ou moderada devem consultar seus médicos para uma possível indicação do remédio, considerando os benefícios que o antiviral pode proporcionar sem causar sérios efeitos colaterais.

Ainda segundo a Folha, o Paxlovid está disponível na rede pública e privada do País desde setembro de 2022, quando chegou o primeiro lote com 50 mil unidades do medicamento para ser utilizado na saúde pública. A Pfizer afirma que, até o fim de janeiro deste ano, outra leva com a mesma quantidade deve chegar ao Brasil.

Nas farmácias, o remédio teve autorização para ser comercializado em novembro de 2022. Ele já está disponível em grandes redes pelo valor R$ 5.000,00 por cada caixa com 30 comprimidos. Embora pesquisas concluíram pela eficácia do remédio, uma recente observou que, talvez, o antiviral tenha um efeito reduzido nas infecções causadas pela ômicron e suas subvariantes – são elas as responsáveis pela maior parte dos casos atuais de Covid-19.