Oficina pedagógica: um espaço de formação lúdica do professor
As oficinas pedagógicas são espaços de pesquisa e formação continuada de professores da Secretaria de Educação do Distrito Federal e oferecem cursos e oficinas temáticas. Há 23 anos no DF, elas já funcionam em 14 regiões administrativas e fica difícil mensurar a quantidade de professores que já foram atendidos por estas oficinas. Somente no primeiro semestre de 2009, 1.128 professores participaram das aulas, alcançando indiretamente cerca de 35 mil alunos.
Cada Regional de Ensino do DF possui sua oficina pedagógica, que atende aos anseios dos professores no que se refere às alternativas lúdicas pedagógicas para a educação, por meio de atividades em áreas voltadas para Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. As oficinas são tidas pelos próprios professores como um espaço de conquista e de avanço profissional. Segundo uma das coordenadoras, o objetivo delas é contribuir para a melhoria da qualidade da educação, proporcionando ao professor experiências teórico-práticas por meio da análise, pesquisa, criação, recriação e utilização de recursos lúdicos de ensino e aprendizagem.
A intenção dos trabalhos desenvolvidos é justamente de levar ao professor alternativas metodológicas lúdicas com diferentes materiais, além de uma reflexão sobre fundamentos teóricos. Com isso eles enriquecem sua prática docente e levam aos seus alunos uma nova forma de ensinar, resignificando conteúdos e propiciando a interdisciplinaridade. Uma das vantagens apontadas pelos que frequentam as oficinas é o fato de estarem localizadas nas próprias Regionais de Ensino. Com isto, fica viável participarem de cursos no horário das coordenações sem terem que enfrentar o trânsito para outras cidades e ainda conseguirem chegar ou sair no horário previsto. As oficinas pedagógicas ofereceram no 1º semestre de 2009 os seguintes cursos: Vê melhor quem lê primeiro, Matemática é brincadeira, A magia do origami, Brincar é coisa séria e Jogos de estratégia.
Descaso e prejuízos salariais – Um dos cursos mais disputados é “A Arte de Contar Histórias”, que trata a literatura com bastante carinho e competência, com carga horária de 180 horas. Professores que dão aulas ressaltam que acumulam prejuízos salariais, já que é um trabalho de natureza exclusivamente pedagógica e docente, e não recebem gratificação de regência de classe. Mesmo aqueles que atuam nas oficinas durante todo tempo ministrando cursos, oficinas e atendimentos destinados à capacitação continuada dos professores acumulam prejuízos.
Porém essa realidade não é igual para todas as equipes das 14 RE’s. Há diferentes tratamentos e interpretações de regional para regional, situação essa considerada grave entre os profissionais que atuam nas oficinas. O fato gera além de grandes disfunções e transtornos, potencializa a fragilidade ao invés de potencializar o trabalho desenvolvido. Nesse sentido, uma das maiores reivindicações dos coordenadores é que a Secretaria de Educação dê um tratamento igual a todos por meio da publicação de uma nova portaria, que normatizará novamente o funcionamento das oficinas de uma forma justa ouvindo, para a sua formulação, os profissionais que nelas atuam.
Enquanto isso, todo o atendimento em forma de cursos está suspenso. Os professores estão dirigindo-se às oficinas pedagógicas em busca dos cursos e nada! Atualmente o atendimento está sendo realizado na forma de oficinas temáticas. A educação na Capital Federal precisa ser tratada com respeito e os professores, responsáveis por levar o conhecimento aos alunos, têm o direito a esse espaço de formação continuada em sua própria Regional.