Nota do Sinpro: entidade repudia ataque na Escola Estadual Sapopemba

Mais uma adolescente entra para as estatísticas de vítimas fatais do crime de ódio ocorrido em escolas do Brasil. O assassinato, que ocorreu na Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, nessa segunda-feira (23), que também feriu gravemente mais três estudantes, é o 11º ataque à escola só no Estado de São Paulo. Um levantamento da Organização Não Governamental (ONG) Instituto Sou da Paz de junho deste ano revela que 2023 já é o ano com mais ataques em escolas em 20 anos no País.

O Sinpro repudia todo tipo de ataque às escolas, inclusive as políticas adotadas por governos estaduais neoliberais comprovadamente ineficazes. Entendemos que a violência na escola faz parte de um contexto econômico e político que o Brasil vive, resquício da política de ódio, de ultraconservadorismo, extremismos de direita, fundamentalismos econômicos, num contexto em que a falta de controle, de criminalização e de punição dos responsáveis ainda persistem.

Os governos precisam sim investir na identificação e na punição dos grupos que disseminam ódio. Mas não é somente isso. Precisamos de uma educação pública capaz de resgatar a cultura da paz e de tratar esse problema da violência na escola com seriedade e responsabilidade, não com policiamento armado e ostensivo e a militarização da escola, mas com o resgate protetivo do Batalhão Escolar.

A diretoria colegiada do sindicato entende também que o crime de Sapopemba, assim como todos os outros ataques a escolas que tem ocorrido no País, está dentro do processo de demolição do direito social à educação pública, executado por governos que não têm comprometimento com a educação pública e a vêm desconstruindo de forma sistemática para privatizá-la. O fim da violência na escola é assunto sério que precisa ser operacionalizado por equipes especializadas da educação, interdisciplinares, com psicólogo, orientador pedagógico e uma série de profissionais que podem e devem construir, juntamente com a comunidade escolar, um ambiente de acolhimento. E, para que isso ocorra, é preciso haver a garantia do Estado.

A entidade defende o investimento em uma escola pública, gratuita, democrática, laica, inclusiva, libertária, socialmente referenciada. Uma escola paulo-freiriana, que trabalhe o conhecimento, a formação cidadã, o pensamento crítico e os sonhos de cada um e cada uma. A escola precisa voltar a lapidar sonhos e ser o local de construção de uma sociedade mais justa, mais igualitária, tolerante, amorosa. Precisa voltar a ser o local de construção da soberania nacional e da cultura de paz. E isso significa adotar um conjunto de políticas econômicas mais justas, com distribuição social das riquezas nacionais, investimento em saúde e educação públicas, criação de emprego e renda, dentre outras garantias constitucionais.

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