Nota Pública em apoio à greve dos professores de SP e à presidenta da Apeoesp

nota publicaA notícia de que certo “jornalista” do jornal Diário de São Paulo está preparando matéria contra a greve dos professores comandada pela Apeoesp, sob o pretexto de que a mesma atende a interesses do Partido dos Trabalhadores – uma vez que a presidenta do Sindicato, a professora Maria Izabel Azevedo Noronha, é filiada ao PT –, além de mal informar os leitores desse jornal, segue a linha editorial difamatória da grande imprensa, que tenta tornar suspeito tudo e  todos que não rezam na sua cartilha ideológica. Para essa mídia, o “único partido corrupto no país é o PT”. Mas perguntamos ao jornal: como anda o escândalo do metrô em SP, os desvios em Furnas/MG, a lista do HSBC e a Operação Zelote, que sonegou bilhões da Receita Federal, deixando no chinelo as denúncias de desvios na Petrobrás?
Ao agir dessa maneira, tentando desqualificar a mobilização de uma categoria profissional de vanguarda no Estado de SP e com ataques pessoais à principal liderança do movimento – passando ao largo do compromisso de informar com isenção os motivos da greve dos professores –, o Diário de SP mostra-se, ele próprio, uma instituição partidarizada dada a sanha em defender abertamente o governo estadual – prática, infelizmente, não exclusiva desse jornal.
A greve da Apeoesp ganhou dimensão nacional, e o país, em especial os trabalhadores em educação de outros estados, acompanha com atenção pelos blogs e sites independentes na Internet – além do próprio site da Apeoesp – os desdobramentos da greve.
A indisposição do governador Alckmin em dialogar com a Apeoesp e de atender a pauta de reivindicação da categoria demonstra a pouca preocupação do Governo em oferecer à população escola pública de qualidade. Como pode o Estado mais rico da federação pagar seus professores abaixo de Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Maranhão, Ceará, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Piauí? O jornal não tem nada a dizer sobre isso? E sobre as horas de trabalho extraclasse dos professores, que na rede estadual de SP é uma das menores do país (17%), muito abaixo do que determina a Lei Federal do Piso do Magistério? Também nada a declarar sobre essa ilegalidade do governo paulista?
Lamentamos esse tipo de situação, que expõe a fragilidade do Estado Democrático em ter que conviver com organismos de mídia deliberadamente aparelhados pelas classes dominantes – econômica e política.
Temos a convicção de que a Apeoesp dará sequência a sua greve, direito assegurado pela Constituição Federal, e esperamos que o Governo Alckmin atente-se para os prejuízos que têm causado à população ao não dialogar uma pauta que visa elevar a qualidade da educação por meio de melhores condições de vida e trabalho aos educadores.
Brasília, 22 de abril de 2015
Roberto Franklin de Leão
Presidente