Nota do Sinpro | Detector de metal na escola é mais uma face do descaso de Ibaneis e Celina com a educação
A diretoria colegiada do Sinpro externa sua profunda preocupação com a grave medida do governo Ibaneis / Celina Leão de adquirir detectores de metais “para algumas escolas da rede pública do DF”.
A decisão monocrática e atabalhoada da Secretaria de Educação já nasce com sérios problemas legais: afronta não só o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), como fere direitos constitucionais que garantem proteção de crianças, adolescentes e até de professores(as).
Instalar detector de metal em escola é uma cortina de fumaça. Escamoteia os verdadeiros problemas da educação pública no Distrito Federal que o Sinpro vem diuturnamente denunciando: turmas superlotadas e ausência de construção de novas escolas, 9 mil vagas efetivas do Magistério que continuam em aberto, enquanto 7 em cada 10 professores(as) em regência de classe são de contratos temporários, muitos(as) aguardando serem nomeados para um concurso que nomeou pouco menos de mil pessoas; falta de merendas; educação inclusiva abandonada; turmas da Educação de Jovens e Adultos fechadas – e muitos outros.
Gestão do improviso
A diretoria colegiada do Sinpro entende que o anúncio do detector de metais é uma política negligente, improvisada e relapsa, de quem não está preocupado com nossas escolas nem com nossas crianças, adolescentes e profissionais. Trata-se de uma “solução” rasa, que revela, ao fim e ao cabo, que não há nenhum estudo por parte da SEE-DF para lidar com questões problemáticas das escolas – que dirá questões cotidianas.
A aquisição de detectores de metais não deverá ser a única ação do governo Ibaneis e Celina. Provavelmente, vai ser necessário contratar uma empresa e profissionais para manuseio dos detectores. Quais serão os impactos do uso desses detectores na entrada de estudantes? Vai atrasar o início das aulas? E se algo for encontrado, qual o protocolo de atuação? Alguém se lembrou desses detalhes?
Na avaliação da diretoria colegiada do Sinpro, o detector de metal é uma coisa vistosa, que chama a atenção. Transmite a impressão de que estão sendo tomadas medidas para a segurança nas escolas. Mas é só uma impressão, porque não existe, por parte de Ibaneis nem por parte de Celina Leão, qualquer preocupação em pensar, estudar, analisar e combater, de fato, um problema que existe e incomoda a todo mundo. Detector de metal não garante segurança de ninguém – assim como a militarização das escolas não só não resolveu problema nenhum como criou vários outros.
Ibaneis e Celina manipulam e exacerbam o medo da população que é dominada pela insegurança, e acredita que essa ação vistosa vai resolver todos os problemas da segurança nas escolas.
Um governo que acredita resolver segurança escolar com detector de metal é o mesmo governo que ainda não enviou uniformes para estudantes. Já estamos no meio de maio. As aulas começaram em fevereiro. Sem contar a inoperância do sistema de escrituração oficial da SEE-DF dos diários de classe. Isso atrasa a vida de estudantes, professores(as) e gestores (as).
Ibaneis e Celina são negligentes também com a merenda: se no início do ano letivo não havia comida suficiente nos depósitos do governo, ao longo do primeiro semestre foram algumas denúncias de larvas na merenda. É a tradução do descaso para com estudantes que, muitas vezes, fazem apenas na escola suas refeições.
O valor atual do PDAF é insuficiente para as escolas manterem estrutura e projetos pedagógicos que garantam a própria proteção e o desenvolvimento dos trabalhos de nossas escolas.
Reforço no batalhão escolar, em articulação com uma política de segurança integrada com as escolas, é o começo de uma solução para a segurança nas escolas que respeita estudantes, professores(as), leis e a comunidade escolar.
Existe um Plano Distrital de Educação que traz em suas metas e estratégias uma série de decisões discutidas e aprovadas por toda a sociedade civil. O PDE apresenta, de forma articulada, políticas de combate à violência na escola, com o objetivo de promover a construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade.
O único “projeto” de Ibaneis e Celina para a educação do DF é transformar a escola em prisão. Começou com a militarização das escolas; e, agora, a instalação de detectores de metais.
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