Nota de pesar | Cilma da Cruz Galvão

A diretoria colegiada do Sinpro-DF comunica, com revolta e pesar, o assassinato brutal da sindicalista Cilma da Cruz Galvão, na madrugada desse domingo (3/10), dentro da própria casa no Setor Total Ville, em Santa Maria.

 

Com 51 anos, Cilma era diretora de Políticas para as Mulheres e Combate ao Racismo do Sindicato de Serviços Terceirizáveis (Sindiserviços-DF). O principal suspeito é o namorado, identificado como Evanildo das Neves da Hora, 37.

 

A diretoria do Sinpro-DF lamenta e repudia todo tipo de violência, sobretudo, essa tentativa dos governos autoritários de tornar normal a violência contra a mulher no Brasil. Não é mais possível conviver com a proliferação de feminicídios. O Atlas da Violência, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que a violência doméstica cresceu na pandemia e, em junho de 2021, já atingia 17 milhões de brasileiras.

 

Segundo o FBSP, o Brasil registra um feminicídio a cada 6 horas e meia. O Sinpro-DF destaca que as mulheres negras são as maiores vítimas dessa violência no País. O Atlas da Violência, divulgado este ano, indica que 66% das vítimas de feminicídio no Brasil são mulheres negras. A diretoria observa, ainda, que, no governo Bolsonaro houve um aumento da violência doméstica também por causa do desmonte das políticas públicas de combate à violência contra a mulher.

 

Enquanto nos governos democrático-populares (2003-2015) foi criado o Disque 180, Casas da Mulher Brasileira e delegacias especializadas, além de campanhas incisivas para promover a conscientização e redução desse tipo de crime, o governo Bolsonaro desmontou as políticas de combate e repassou apenas 5,4% da verba para proteção a mulheres e direitos humanos.

 

Um levantamento do Instituto Datafolha, divulgado em junho deste ano, indica que o Brasil registrou, até aquele mês, 1.338 mortes de mulheres por violência na pandemia do novo coronavírus com 2% no número de casos de feminicídio. “Uma em cada quatro mulheres foi vítima de algum tipo de violência durante a pandemia da covid-19 no Brasil”, informa o instituto.

 

O Sinpro-DF lamenta a morte da companheira Cilma, se solidariza com a família, os(as) amigos(as) e os(as) companheiros(as) de luta!

 

Cilma Galvão, presente!