Nota da CUT sobre o assassinato de companheiros do MST

Em mais uma ação arbitrária, violenta e ilegal, a Polícia Militar do governo Beto Richa (PSDB-PR) emboscou, atirou e matou dois companheiros – Vilmar Bordim e Leonir Bhorbak – do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Outros 22 companheiros ficaram feridos após a ação da PM que, por incrível que pareça, trabalhou em conjunto com seguranças de uma madeireira.
De acordo com o advogado de Quedas do Iguaçu, Claudemir Torrente, “todas as vítimas foram baleados pelas costas. O que deixa claro que estavam fugindo e não em confronto com os policiais”. Logo após o crime, a PM isolou a área por algumas horas impedindo a aproximação de familiares das vítimas, advogados e imprensa. Advogados que estavam no local, denunciaram que policiais removeram os corpos e objetos da cena do crime sem a presença do IML.
A mídia fala em confronto. Não foi confronto. Foi massacre. Em 29 de abril do ano passado, a PM do Paraná agrediu violentamente professores que lutavam por seus direitos em frente à Assembleia Legislativa do Estado. A tática dos reacionários e ditadores é tentar calar com cassetetes e balas as vozes que lutam e reivindicam direitos de forma pacífica.
A emboscada ocorreu nesta quinta-feira, dia  7, na cidade de Quedas do Iguaçu, a 6 km do Acampamento Dom Tomás Balduíno, dentro do perímetro da área decretada pública pela Justiça. O MST organiza a luta por terra na região há quase 20 anos, sempre de forma organizada e pacifica. Só no grande latifundio da Araupel foram assentadas mais de 3 mil famílias.
A CUT exige uma investigação séria e transparente, feita por órgãos Federais que resultem na punição de todos os responsáveis pelos crimes.
Assinamos embaixo e estaremos junto do MST nas exigências de que os assassinatos sejam investigados, que os policiais e seguranças sejam presos, que todos os responsáveis, executores e mandantes, sejam punidos; afastamento imediato da PM da região e a retirada da segurança privada contratada pela Araupel; a garantia de segurança e proteção das vidas de todos os trabalhadores acampados do Movimento na região; que todas as áreas griladas pela empresa Araupel sejam destinadas para Reforma Agrária, assentando as famílias acampadas.
Para o CUT, essa também é uma demonstração do que nos espera se não conseguirmos barrar o golpe que está em curso no País. Se os conservadores voltarem ao poder, os grandes latifundiários serão privilegiados e muitos estarão livres para praticarem a grilagem e promoverem massacres usando a “lei da bala” de forma impune.
Com informações da CUT