“No ato de ensinar e aprender, a gente sempre deseja que nossos estudantes sejam mais” – 20 de maio, dia da pedagoga e do pedagogo

Uma das profissões de maior peso e importância na formação educacional, a de pedagogo, é celebrada no dia 20 de maio. Instituída pela Lei nº 13.083/2015, a data é uma forma de reforçar a importância dos profissionais que planejam, executam e coordenam tarefas distintas, e muitas vezes complexas, na área de educação, sempre em busca da excelência.

A pedagoga e professora aposentada da SEEDF, Edileuza Fernandes, salienta que os(as) pedagogos(as) são profissionais que não fogem à luta e enfrentam desafios cotidianos na escola e na sala de aula. Na pandemia de Covid-19, enfatiza, foram incansáveis na criação de condições didáticas e pedagógicas para garantir o direito à educação de milhares de estudantes. “Tiveram que se reinventar para alfabetizar crianças em situações impensadas e desfavoráveis. Mesmo diante de todo esse compromisso com a docência, esses profissionais ainda não têm o reconhecimento que merecem, por isso, militam, se organizam, fazem greve, lutam pelos seus direitos para que os deveres sejam melhor cumpridos”.

O site do Sinpro também conversou com Andreia Melo Lacé. Professora da Faculdade de Educação da UnB e Membro do Comitê DF da campanha nacional pelo direito à educação. Ela é historiadora pela UFF e pedagoga pela Facibra.

Andreia lembra que Paulo Freire apresenta um conjunto de pressupostos que o ato de ensinar e aprender exige do(a) pedagogo(a): muita pesquisa, respeito aos saberes do(a) educando(a), criticidade, estética e ética “mas, sobretudo, Paulo Freire nos lembra que a docência é boniteza e amorosidade de mãos dadas.”

A professora e pedagoga pontua que “após quatro anos de governo genocida, nazifascista e extremamente excludente, a pedagogia nunca fez tanto sentido: a amorosidade em Paulo Freire foi tão atacada pelo governo das trevas porque é uma amorosidade revolucionária, aquela que exige que os estudantes sejam mais”.

Ela celebra termos sobrevivido e superado o período de trevas que atravessamos nos últimos quatro anos, com direito a uma pandemia no meio, e reitera: “Ser pedagogo hoje é seguir exercendo a docência problematizadora e a amorosidade pautada no esperançar – lembrando que o esperançar freireano é o esperançar da ação, que age para mudar uma realidade excludente. Pautar a pedagogia no esperançar é pautar a pedagogia na ação problematizadora.”

A professora da UnB destaca que a greve dos professores é legítima, e afirma que “a categoria docente do DF segue nos dando aula sobre a importância do docente ter melhores salários, reestruturação da sua carreira, e eu estou esperançando que o Ibaneis assuma suas responsabilidades e conceda à categoria docente do DF os seus pleitos. Enquanto isso não acontece, é seguir pautada na pedagogia do esperançar, que vai além do esperar e que pressupõe ação e luta.”

Parabéns a todas as pedagogas e a todos os pedagogos pelo dia de hoje!

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