Não se iluda: privatização da Eletrobrás afetará toda a população

Você sabe quem vai pagar a conta com a privatização da Eletrobrás? Toda a população brasileira, em especial as mais carentes.

Ao contrário dos argumentos utilizados pelo governo de Jair Bolsonaro, incluindo toda a balela dita pelo ministro Paulo Guedes, com a privatização da então estatal, as contas de luz ficarão muito mais caras do que já estão, como comprovou estudo feito pela Associação de Engenheiros e Técnicos da Eletrobras (Aesel). A venda da maior empresa estatal de energia elétrica da América Latina também trará uma série de ameaças aos investimentos no setor, aumento dos riscos de má prestação do serviço à população e de apagões, como já acontece em estados como o Amapá, onde o serviço foi privatizado.

Atualmente, a União controla 62% do sistema Eletrobrás, do qual fazem parte de empresas como Chesf, Eletronorte, Furnas, Eletrosul, Cepel, entre outras. Por meio dessas empresas, o Estado brasileiro é proprietário de 125 usinas com capacidade de 50.000 MW (91% hidráulica), 71.000 quilômetros de linhas de transmissão, 335 subestações de eletricidade, operadas por 12.500 trabalhadores e trabalhadoras de alta qualidade e produtividade. Hidrelétricas como Tucuruí, Belo Monte, Xingó, Sobradinho, Itaparica, Paulo Afonso e dezenas de outras, em pleno funcionamento, serão literalmente transferidas para o controle de uma minoria privilegiada da burguesia financeira.

Como um efeito dominó, uma série de outras medidas, aprovadas juntamente com a privatização, aumentarão o custo da energia aos consumidores finais. Uma delas prevê que a Eletrobrás passe a cobrar mais caro pela energia das suas usinas. Atualmente, cerca de 20 hidrelétricas (13.500 MW de potência), como as usinas da Chesf, no Rio São Francisco, estão vendendo sua energia ao preço de R$ 65 por 1.000 kWh (R$ 65/MWh), enquanto que as usinas privatizadas cobram acima de R$ 250 pela mesma quantidade de energia hidráulica. Como é possível averiguar, as estatais vendem mais barato. Com a privatização, esse modelo dará lugar ao regime de mercado via produtor independente, o que permitirá a descontratação e a recontratação da mesma energia, agora com preços de mercado (quatro vezes mais caro). Essa diferença será repassada integralmente em aumentos futuros nas contas de luz da população.

Infelizmente não é apenas a destruição da soberania energética que está em jogo, mas a qualidade do serviço prestado à população, os aumentos nas contas e a desindustrialização com consequente aumento da falência de empresas e desemprego.

A partir de agora, cada professor(a) e orientador(a) educacional deve cobrar dos(as) deputados(as), senadores(as) e do governo Bolsonaro, respeito à população brasileira.  Não podemos aceitar a privatização da Eletrobrás.

Confira algumas mentiras ditas pelo governo:

Mentira: A privatização vai trazer preços “competitivos” ao setor.

Verdade: A conta de luz vai aumentar.

Mentira: A Eletrobras dá prejuízo.

Verdade: O país pode abrir mão de uma das empresas mais lucrativas do Brasil e entregar ao capital estrangeiro.

Mentira: A privatização da Eletrobras é necessária para a retomada do crescimento.

Verdade: A privatização da Eletrobras aumenta o risco de apagão e aprofundamento da crise econômica

 Mentira: Com a privatização, a Eletrobras vai se tornar mais moderna e eficiente.

Verdade: O governo abre mão de décadas de pesquisa e produção tecnológica que poderiam colocar o Brasil na vanguarda da transição energética.

 

Veja vídeo da campanha Energia não é Mercadoria, com o ator Bemvindo Siqueira: