Na reunião ministerial, Guedes bota granada no bolso dos servidores

“No vídeo da reunião ministerial realizada no dia 22 de abril, divulgado, na sexta-feira (22/5), pelo Supremo Tribunal Federal (STF), todas as falas são a prova de que o Brasil vive o pior governo dos últimos 500 anos”. Essa é a uma das avaliações da diretoria colegiada do Sinpro-DF, que destaca a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, contra o funcionalismo público tão grave quanto as demais declarações contra a economia, os direitos, o Orçamento público, as riquezas etc. do Brasil.
 
“É deplorável assistir a um vídeo como esse durante a maior crise sanitária dos últimos 100 anos, com ministros de Estado e o próprio Presidente da República proferindo palavrões e usando linguajar de baixo calão, reduzindo o Brasil a terra devastada, entregue a toda sorte de crimes praticados pelo próprio governo de plantão”, analisa.
 
A falta de respeito atravessa todas as classes sociais e categorias profissionais da iniciativa privada e do serviço público. Mais ainda os servidores públicos das três esferas da União. É um governo que tem o funcionalismo como inimigo. A prova é o discurso de Paulo Guedes que disse, durante a abominável reunião, que iria colocar uma granada no bolso do “inimigo”, o servidor público.
 
“E nessa confusão toda, todo mundo estão (SIC) que estão distraído, abraçaram a gente, rolaram com a gente, nós já botamos a granada no bolso do inimigo: 2 anos sem aumento de salário”, disse o ministro da Economia na reunião ministerial de 22 de abril.
 
PLP 39/2020
Essa granada é o PLP 39/2020, que usa a Covid-19 como justificativa para congelar o salário dos servidores públicos das três esferas da União até 31/12/2021, regula a contratação temporária e alcança a contagem do tempo de serviço para fins de anuênios, triênios, quinquênios, licenças-prêmio, dentre outros direitos.

Importante lembrar que o PLP 39/2020 resgata todo o conteúdo do chamado Plano Mansueto, apresentado, inicialmente, pelo governo Bolsonaro, em junho de 2019, por meio do PLP 149/2019, com o objetivo de refinanciar dívidas dos estados e municípios com a União, além de aumentar as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2020).

“A gente vê em outros trechos dessa reunião, como já foi divulgado pela mídia, o ministro Salles, do Meio Ambiente, deixar muito claro que o governo Bolsonaro tem de se armar para aproveitar o momento do novo coronavírus, em que as pessoas estão preocupadas com a pandemia e o governo federal não está, para fazer esse tipo de manobra: retirar direitos da classe trabalhadora, dos povos originários, dos quilombolas, servidores públicos etc. Em vez de concentrar esforços para salvar a vida dos brasileiros, está usando o momento para retirar direitos”, denuncia a diretoria.

Importante lembrar que durante a rápida tramitação do PLP 39/2020 no Senado Federal e na Câmara dos Deputados, o Sinpro-DF, a CNTE, a CUT e outras organizações sindicais do campo da educação foram à luta e conseguiram retirar os professores do congelamento do PLP. O projeto, aprovado nas duas casas com a emenda que retirou professores, já foi para a sanção do Presidente da República. Ainda não foi apreciado por Jair Bolsonaro, que já avisou que irá vetar a emenda que retirou os professores do congelamento.

“Caso ele vete o trecho que retira os professores do congelamento do PLP 39, iremos mobilizar o mundo para fazer com o Congresso Nacional, em sessão conjunta do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, derrubarem o veto e manterem os professores de fora do congelamento salarial. Ou seja, queremos nossa categoria fora da granada que Paulo Guedes, durante a reunião ministerial de 22/4, colocou no bolso dos servidores públicos”, afirma a diretoria.

Confira o vídeo da reunião ministerial em que chama servidor de inimigo e avisar da granada:

Confira matéria “Campanha: educação rejeita veto de Bolsonaro que congela salário”