Na EC 303 de São Sebastião, a diversidade é internacional

A Escola Classe 303 de São Sebastião tem uma peculiaridade com relação às demais da rede distrital. No mês de novembro, além da valorização da cultura negra e afro-brasileira, a escola aproveita para valorizar e enaltecer a diversidade de culturas latino-americanas e africanas.

“Temos alunos ganeses, venezuelanos e colombianos”, conta a diretora Carem Oliveira dos Santos. “A Festa das Nações é a forma que a escola encontrou de acolher não só a educação antirracista como valorizar as crianças que vêm de outros países.”

Neste ano, a culminância do projeto ocorreu no dia 18 de novembro, com uma evento aberto a toda a comunidade. Houve pesquisas sobre biografias de mulheres negras e suas contribuições para a sociedade, a busca pela ancestralidade, conscientização sobre expressões racistas, exposições sobre brincadeiras típicas da Venezuela (o Gurrufío), apresentação da dança da Waka Waka (tema da Copa do Mundo da África do Sul de 2010, interpretada originalmente pela cantora colombiana Shakira) e uma animada roda de capoeira.

“Os pais e responsáveis participaram das apresentações e ainda teve um pai participando de uma roda de capoeira”, comemora a diretora.

“Fizemos uma pesquisa e descobrimos que nossa comunidade escolar tem maioria de pessoas negras. Percebemos que, muitas vezes, as crianças não se sentem pertencentes, com seus cabelos, narizes e tom de pele. Estamos trabalhando o reconhecimento desse pertencimento desde o ano passado. Neste ano, esse trabalho ganhou bastante visibilidade com a Festa das Nações. As professoras e os professores da escola contam que as crianças estão se percebendo e se reconhecendo nos livros adotados, por exemplo. Também os estudantes de outras nacionalidades, ao trazerem para dentro da escola suas culturas e tradições, demonstram empolgação, identificação e pertencimento. Isso tudo se traduz em autoaceitação e autoestima”, conta a professora Carem.