Movimento Dulcina Vive sai vitorioso de audiência

Em audiência pública realizada no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), na tarde desta quarta (3), o Movimento Dulcina Vive saiu vitorioso. O empenho e perseverança do grupo levaram à indicação de Débora Aquino, atual representante da cadeira de Teatro do Conselho de Cultura do Distrito Federal (CCDF), para a administração da Fundação Brasileira de Teatro (FTB), protocolada em petição judicial.
Durante a audiência, muitos questionamentos foram direcionados ao promotor Josué Aarão a respeito do processo e da omissão de informações por parte do MPDFT. Em diversos momentos, membros do movimento se emocionaram ao falar da luta para salvar o Dulcina. “Estamos nessa batalha há pelo menos quatro anos para salvar e continuar nossas atividades. Não poderíamos ficar parados vendo decisões ruins sendo tomadas sobre esse grande patrimônio de Brasília. O Movimento vai batalhar até o final para que tudo se resolva e a cultura vença”, garantiu um dos membros do MDV.
O processo envolvendo a fundação se arrasta desde 2012, quando os administradores da época foram afastados por problemas graves nas prestações de contas, constatados pelo MPDFT.
Os próximos passos da Fundação serão deliberados em assembleia geral, ainda a convocar, quando serão escolhidos os nomes do Conselho Curador da entidade. O Movimento espera que sejam escolhidas pessoas comprometidas em manter a cultura do Espaço Viva.
Entenda o caso
O Movimento surgiu da união de alunos, professores, voluntários e parceiros do Dulcina que, empenhados em manter o lugar funcionando, mobilizaram-se para angariar fundos para a reconstrução do espaço. Com a ameaça de fechamento, seus integrantes já realizaram diversos protestos e até a ocupação do lugar.
Projetado por Oscar Niemeyer, o espaço tem ganhado vida nova, impulsionado por coletivos que promovem apresentações musicais, teatro, hip-hop, oficinas diversas, exposições, feiras, cinema e grafite, e ainda debates para discutir temas como sustentabilidade, democracia, direitos, igualdade, raça, gênero, mobilidade, agricultura urbana e gestão solidária de resíduos sólidos.
A instabilidade nas contas da FBT começou por volta de 1990, devido à inabilidade de gestão. Em 2012, quando a situação saiu do controle, a classe artística se mobilizou e pediu intervenção junto ao Ministério Público, o que só aconteceu no ano seguinte. Desde então, a instituição está sob administração judicial provisória.