Modernização do ensino é tema de debate do Coletivo Educacional da CNTE

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O Coletivo Educacional da CNTE debateu, na tarde desta segunda-feira (17), a gestão democrática e  o modelo mercadológico e gerencial, considerando as plataformas educacionais e a tecnologia como ferramentas pedagógicas. O evento ocorre no hotel Ramada, em Brasília. 

Participaram desta mesa de discussão o presidente da CNTE, Heleno Araújo, e o professor da Universidade de Brasília (UnB), dr. Gilberto Lacerda Santos. 

Gilberto  explicou que a questão da tecnologia na educação precisa ser contextualizada sobre alguns aspectos, principalmente no sentido de que o mundo avança para formar uma sociedade da informação. “Fazer com que os atores da escola estejam conectados com essa sociedade da informação é uma questão de pertinência.”

Ele também destacou que existem mais perguntas do que respostas sobre o assunto e que os profissionais de educação estão no “olho do furacão” de uma grande revolução cultural e social impulsionada pela tecnologia. “Os professores estão à deriva quando se trata de usar tecnologias de maneira pedagogicamente válida, porque nós não temos manuais”, alertou. 

Gilberto reforçou que é preciso criar novos modos de formação de professores, já que as novas tecnologias demandam novas pedagogias. “Nós não estamos fazendo isso. Em uma sociedade complexa e desigual como a nossa, precisamos de políticas públicas que formem professores de maneira coerente para os movimentos sociais.”

 

Gestão democrática

Heleno Araújo lembrou alguns pontos do Plano Nacional de Educação para refletir sobre o que precisa ser melhor explorado pela CNTE. O artigo 9° da Lei, por exemplo, diz que os estados, o Distrito Federal e os municípios deverão aprovar leis específicas para os seus sistemas de ensino. “Quanto dessa tarefa conseguimos concretizar, de trazer o processo dos municípios nos estados e de efetivar lei específica da gestão democrática?”, questionou.

O dirigente sindical também citou outros pontos do PNE que precisam de mais atenção da Confederação: plano de gestão e regimento escolar; autonomia pedagógica-administrativa e de gestão financeira. 

Para Heleno, é preciso ter mais organização dos trabalhadores para criar mais força no processo de disputa com os gestores responsáveis pela aplicação das políticas públicas. “Nesse processo de disputa, ficamos na desvantagem, porque a gente não tem força suficiente para fazer esses enfrentamentos e consolidar a gestão democrática.”

 

Fonte: CNTE