Moção de solidariedade à professora Magda Lima de Carinhanha/BA, vítima de ataques racistas na internet

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, entidade representativa de mais de 4,5 milhões de trabalhadores das escolas públicas brasileiras de nível básico, vem a público manifestar sua solidariedade à professora Magda Lima, de Carinhanha, no oeste da Bahia, mais uma vítima de crimes raciais nas redes sociais, resultante de preconceito de raça e de cor.
O registro de ocorrência de crimes raciais só cresce em todo o Brasil. No Distrito Federal, por exemplo, os crimes raciais tiveram um aumento de mais de 25% no ano de 2016 quando comparado ao ano de 2015. Em São Paulo, a Delegacia Especializada em Crimes Raciais e Delitos de Intolerância – DECRADI vê crescer, há mais de três anos, a representatividade dos crimes raciais nos inquéritos instaurados por essa delegacia.
E esses crimes ganham, nos tempos de hoje, cada vez mais terreno no anonimato das redes sociais e da Internet. A professora Magda Lima foi somente mais uma vítima que, entre outros tantos casos, teve a coragem de denunciar. Sabemos que esses crimes são absolutamente subnotificados no Brasil. Nem todos o denunciam, vítima ou não desse que é uma das mais horrendas facetas humanas.
Esse caso de Carinhanha/BA deu-se por meio da rede social Facebook e gerou enorme repercussão na região da cidade da vítima. O agressor, identificado nominalmente, não pode ficar impune diante desse crime que estarrece a todos e envergonha o Brasil, país que possui uma das maiores populações negras do mundo. Suas ofensas se dirigiram ao cabelo da vítima, em uma atitude absolutamente provinciana, mas, sobretudo, criminosa.
Não nos omitiremos diante de casos como esse, que devem ser punidos com o máximo rigor. A agressão a uma professora negra é uma agressão a todos! Toda solidariedade e apoio dos educadores brasileiros à professora Magda Lima! E que não nos calemos e tampouco nos omitamos em casos de violência dessa magnitude, em pleno século 21. Abaixo o racismo!
Brasília, 11 de abril de 2017
Diretoria Executiva da CNTE