Mobilização nacional ‘Luta Pela Vida’ reivindica direitos e respeito aos povos originários

Centenas de indígenas estão acampados na Esplanada dos Ministérios desde o último domingo (22) em reivindicação aos seus direitos e à promoção de atos contra a agenda anti-indígena em debate no Congresso Nacional e no governo de Jair Bolsonaro. A mobilização nacional Luta pela Vida é promovida pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em conjunto com organizações de base.

Até o próximo sábado (28) a mobilização, que já conta com mais de 4 mil pessoas de 112 povos, realizará atividades reivindicando o direito à terra, a luta contra os ataques aos povos originários e o julgamento do Marco Temporal no Supremo Tribunal Federal (STF), que pode definir o futuro da demarcação de territórios indígenas em todo o País.

Segundo Sonia Guajajara, uma das coordenadoras da Apib, o movimento indígena vem denunciando o agravamento das violências contra os povos originários dentro e fora dos territórios tradicionais. “Não podemos nos calar diante desse cenário violento. Não é apenas o vírus da Covid-19 que está matando nossos povos e por isso decidimos mais uma vez ir até Brasília para seguir lutando pela vida dos povos indígenas, da mãe terra e da humanidade”, enfatiza.

Durante a mobilização haverá uma vasta programação, com plenárias, agendas políticas em órgãos do governo e embaixadas, marchas, manifestações públicas e manifestações culturais. Nesse período, indígenas de todas as regiões do país ficarão acampados na Praça da Cidadania, ao lado do Teatro Nacional. “É necessário dar visibilidade e amplificar as vozes do movimento indígena como um todo. Neste cenário de muitas ameaças, a comunicação tem um papel chave e estaremos somando forças neste acampamento”, explica Erisvan Guajajara, coordenador da Mídia Índia.

 

Movimento pede ajuda

O Acampamento Luta pela Vida desenvolveu protocolos sanitários para reforçar todas as normas já existentes e recomendadas para o combate à Covid-19. A equipe de saúde conta com profissionais indígenas de saúde em parceria com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília e do Rio de Janeiro, com o Ambulatório de Saúde Indígena da Universidade de Brasília (Asi/UnB) e com o Hospital Universitário de Brasília (HUB).

Diante de uma luta tão importante, cada ajuda é importante e necessária. Os(as) interessados podem doar cestas básicas; absorventes; papel higiênico; sabonete; álcool em gel; máscara; cobertor; água; lona; barbante; colchonetes; saco de lixo; luva descartável e touca descartável. As doações podem ser entregues na QE 04, Conjunto D, Casa 115, Guará 1. Mais informações pelos telefones (61) 98551-8339 (Ana Flávia) e (61) 98300-1978 (Kléber Karipuna).