Mobilização dos vigilantes faz patrões cumprirem acordo e assinarem CCT

Vigilantes e patrões enfim assinaram a Convenção Coletiva de Trabalho-CCT na última quarta-feira (18). Isso só aconteceu depois de mobilização da categoria que ameaçou voltar à greve caso os patrões não cumprissem o que foi acertado na campanha salarial no início do ano.

Os avanços conquistados estavam ameaçados pelo patronato, que, tentando voltar atrás, não pagaram o reajuste acordado para os salários e o tíquete-refeição, além de outros benefícios como o plano de saúde.  Os patrões propuseram alteração e retirada de algumas cláusulas sociais e a inclusão de pautas que representariam retrocesso para os trabalhadores. O patronato tinha interesse em retirar a cláusula que proíbe a função de horista (vigilante que recebe apenas pelos intervalos nos quais trabalha e não tem salário fixo), afetando o piso salarial e outros direitos da categoria.

O Sindicato não aceitou e exigiu o que foi acertado na mesa de negociação em janeiro, após dois dias de forte greve da categoria. Diante da ameaça de nova paralisação, os patrões assinaram a CCT e concordaram em pagar as diferenças relativas aos meses de janeiro e fevereiro em abril e maio.

O parcelamento foi aceito em assembleia dos vigilantes na terça-feira (17), depois que o sindicato explicou que se as diferenças fossem pagas de uma só vez haveria prejuízo aos vigilantes, por causa de um desconto maior de Imposto de Renda (a alíquota de desconto de IR passaria de 7,5% para 15%).

Com a assinatura da CCT, as empresas terão de acertar os dias de greve descontados indevidamente dos trabalhadores.
O presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, e o deputado Chico Vigilante estiveram na assembleia de terça, levando a solidariedade à luta dos vigilantes.