Ministro do Desenvolvimento Agrário se reúne com trabalhadores sem-terra nesta sexta (23)

Trabalhadores sem-terra serão recebidos pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, nesta sexta-feira (23), às 11h, na pasta. A reunião tem como principal pauta a Reforma Agrária e sua implementação. O movimento também cobra o cumprimento do acordo firmado no ano passado com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária –Incra, sobre aquisição de terras para o assentamento de família.
A reunião foi marcada após mais de 400 trabalhadores sem-terra ocuparem a sede do Incra na última terça-feira (20). A ocupação, que durou dois dias, só teve fim com o agendamento da reunião.
“Acredito que agora as negociações podem começar a fluir. Mas, independente desta reunião, o Janeiro Quente, cujo objetivo é a realização de uma série de mobilizações para intensificar a luta, vai continuar. A ocupação já foi um grande passo, e esperamos avançar mais”, explica o militante da Frente Nacional de Luta, José Rainha.
Mais de 5 mil famílias esperam ser assentadas
Segundo Rainha, são mais de 5 mil famílias que vivem em beiras de estradas atualmente no nordeste goiano, DF e entorno. Para ele, um dos principais responsáveis pelo retardamento no assentamento de famílias sem-terra é o próprio governo. “O Incra se mostra abandonado, esquecido pela presidenta Dilma, que se preocupa em preparar o agronegócio e colocar uma Kátia Abreu como ministra, mas não dá aos trabalhadores direitos que já são deles. Ou seja, Dilma virou as costas para as famílias sem-terra”, avalia o militante.
De acordo com o José Rainha, terras de uma só pessoa, como as do ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná, Abib Miguel, preso por lavagem de dinheiro público, dariam para assentar mil famílias sem-terra. O integrante do FNL conta que a Fazenda Cerrado, uma das propriedades de Abib, está desapropriada desde 1996, mas estava sendo arrendada para terceiros. “Quando a Justiça foi confiscar os bens de Abib, ela descobriu que a fazenda é do Incra. E outras fazendas, como Fazendinha, Cachorro Morto e Fazenda Isabel, que também são dele, dão quase 16 mil hectares de terra. O que dá para assentar mais de mil famílias.