Mesmo com maioria dos brasileiros contra, governo quer empurrar PEC da Morte goela abaixo da população

Pesquisa divulgada nesta terça-feira (13/12) pelo Instituto Datafolha mostra, de forma inquestionável, que a maioria dos brasileiros é contra a aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) 55, ou PEC da Morte ou do Desmonte do Estado, que estabelece um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos, a partir de 2017. A correção dos valores seria feita apenas pela inflação.

Segundo o instituto, que entrevistou 2.828 pessoas em 7 e 8 de dezembro, 60% dos brasileiros são contra a aprovação da emenda, que deve ser votada em segundo turno hoje no Senado – coincidentemente na mesma trágica data em que foi lançado, em 1968, o famigerado Ato Institucional nº 5 (AI-5).
De acordo com 62% dos brasileiros, a emenda trará mais prejuízos do que benefícios, contra 19% que pensam o contrário. A PEC tem apoio de apeas 24% da população e a indiferença de 4%. Os outros 19% afirmaram não saber como responder.
A desaprovação à emenda que congela os gastos é maior entre os mais jovens – de 16 a 24 anos, 65% são contra a medida, ao passo que 47% dos maiores de 60 não querem sua aprovação.
O repúdio também é maior entre os mais escolarizados. Entre os que têm ensino superior, 68% a rejeitam, contra 51% daqueles que possuem só ensino fundamental.
Quando questionados a respeito de áreas específicas, 50% afirmaram acreditar que a saúde e a segurança devem piorar caso a PEC seja aprovada, 51% acham que a educação sofrerá com a aprovação e 47% que o transporte público e saneamento também.
Repúdio e manifestação – A CUT e os sindicatos filiados estão convocando um grande ato para hoje. E não é para menos. Se aprovada, a PEC vai congelar pelos próximos 20 anos os investimentos em Educação, Saúde e programas de proteção e segurança social, penalizando os trabalhadores.

De acordo com o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, “veremos durante duas décadas minguar os recursos voltados para combater a miséria e a desigualdade social, enquanto o governo golpista escoa esses investimentos para beneficiar banqueiros e os empresários nacionais e internacionais, a minoria privilegiada que costuma enriquecer a partir dos recursos do Estado e da exploração dos trabalhadores. É preciso dizer que não admitimos um Estado voltado para os ricos, em prejuízo da grandíssima maioria de trabalhadores do país”.
Esta será a primeira grande manifestação após a violenta e covarde repressão praticada pelas polícias Militar e Legislativa, a mando dos governos do GDF e dos golpistas, no dia 29 de novembro, dia do primeiro turno de votação da PEC da Morte.