Mesmo com aulas suspensas por causa do covid-19, governo federal mantém Enem 2020

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou nota informando que não irá suspender o Enem 2020, previsto para ocorrer em novembro deste ano. Na terça-feira (31), publicou o edital do concurso, com calendário e prazos para os(as) estudantes do Ensino Médio se prepararem para a prova.

A diretoria colegiada do Sinpro-DF discorda da programação do Inep e entende que lançar o Enem 2020 com os estudantes em isolamento social e sem aulas não faz o menor sentido. Indica que as datas do calendário do Exame devem ser repensadas e ajustadas para a nova realidade das universidades públicas e privadas no País. A suspensão das aulas em toda a educação por causa da pandemia do coronavírus redefinirá o ano letivo e exigirá a modificação do calendário acadêmico da educação básica, que é o principal público-alvo do Enem e dos vestibulares.

Em nota enviada à Imprensa do Sinpro-DF, a Assessoria de Comunicação do Inep informa: “Para que haja a execução do Enem, é preciso cumprir com as diversas etapas que antecedem a data de aplicação do exame, como a elaboração da prova, os pedidos e a análise de isenção da taxa de inscrição, a efetivação da inscrição, a impressão, a logística e a distribuição, além de todos os subprocessos associados a essas grandes etapas. Por isso, a publicação dos editais do Enem 2020 é fundamental neste momento, de modo a garantir à sociedade que a concretização dessa política pública seja preservada e para que seja dado início, pelo Inep, à preparação e à viabilidade de execução desta edição do Enem”.

No dia do lançamento do edital, o presidente do instituto, Alexandre Lopes, divulgou um vídeo nas redes sociais anunciando uma inovação na aplicação da prova. A partir deste ano, o Inep vai adotar o Enem Digital e oferecerá uma prova pelo Enem Digital e, outra, pelo Enem Impresso (em novembro). Contudo, apesar da inovação tecnológica, que busca a eliminar o papel na aplicação das provas e ofertar a possibilidade da prova agendada, este ano, os estudantes que optarem pela prova digital terá de se locomover até o local de aplicação das provas.

A prova digital também será disponibilizada para apenas 100 mil estudantes. Ou seja, a maioria terá de fazer a prova impressa. Lopes também explicou, no vídeo, que o instituto inicia a transformação, em 2020, com uma única prova digital e outra impressa. No entanto, a partir de 2021 começa a ofertar duas datas distintas para aplicação da prova digital e, uma, para a prova impressa. Assim será sucessivamente aumentada a oferta de datas diferenciadas para aplicação da prova digital até 2026, ano em que o Inep irá extinguir totalmente a prova impressa.

Com isso, a partir de 2026, o Enem totalmente digital, aplicado várias vezes no ano e dará ao estudante a possibilidade de escolher uma data para fazer a prova. Mas, em 2020, a prova para a maioria dos estudantes será impressa e, segundo o calendário divulgado no edital, vai ser aplicada em novembro.