“Memória Viva do curso A Arte de Contar Histórias ”: professora lança documentário na CRE do Núcleo Bandeirante

“De quantas histórias se faz uma história? Quantos enredos haverá nela?” Essas e outras indagações dão o tom ao documentário “Memória Viva do curso A Arte de Contar Historias”, de autoria de Cristina Aparecida Leite, professora de Português da rede pública de ensino e atuante, desde 2008, nas Oficinas Pedagógicas. A estreia do documentário ocorreu, nessa quarta-feira (31), no auditório da Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Núcleo Bandeirante, entre 13h30 e 16h.

O filme faz parte da pesquisa de doutoramento da professora Cristina sobre o curso “A Arte de Contar Histórias”, ministrado pelos Centros de Vivências Lúdicas Oficinas Pedagógicas da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal (SEE-DF). Ela explica que o lançamento teve como objetivo a apreciação, pelo grupo dos professores e professoras formadoras das Oficinas Pedagógicas, que estão contribuindo para que ela organize a história que está sendo contada. O evento contou com a participação do coordenador da CRE, Mauro Rocha e do chefe da UNIEB, Afrânio Barros, do Núcleo Bandeirante, além das anfitriãs da Oficina, Professoras Simone Moura e Karla Machado.

Também estiveram presentes Maria das Graças, subsecretaria da EAPE,  e sua assessora Maria Cristina; Luciana Ribeiro, diretora da DIOP; Luana Mendes (EAPE), gerente da GDOL; Lucas Baeta, coordenador das Oficinas Pedagógicas; professores formadores das 14 Regionais de Ensino que estão na ativa e vários(as) aposentados(as), e, ainda, alguns cursistas egressos da formação que estão colaborando com a pesquisa de doutoramento da professora Cristina Leite. Houve cerca de 80 participantes ao todo.

“Importante mencionar que grande parte do grupo focal da minha pesquisa são professoras e professores formadores aposentados que fazem parte desta narrativa. É um grupo tão engajado que, mesmo após aposentados, permanecem vinculados a esta história, pois sabem da sua importância para a educação pública. São inúmeros os relatos de professores e professoras cursistas de todas as Regionais de Ensino que mencionam terem sua trajetória transformada pela participação nos cursos das Oficinas Pedagógicas”, afirma a professora.

Estreia intimista – Ela informa também que essa estreia foi mais intimista, justamente, para apreciação do documentário por quem participa da história, que é, em essência, coletiva. “Escolhi não contar esta história sozinha justamente por isso. Os interlocutores da minha pesquisa estão acompanhando todo o processo. É uma pesquisa COM eles e não sobre eles. Por isso, este momento foi tão importante. Ainda vou considerar os apontamentos feitos e, caso seja necessário, faremos os ajustes no material para poder lançar para toda a rede, em um outro momento, fazendo um lançamento oficial, aberto para toda a rede pública de ensino, convidando todos que já passaram por esta formação, exatos 3.909 professores e professoras de todas as Regionais”, diz Cristina.

Segundo ela, embora ainda em desenvolvimento, a pesquisa já permitiu evidenciar que o curso contribui para enriquecimento da prática pedagógica de professores de diferentes etapas (desde a educação infantil até o ensino médio), diferentes modalidades (EJA, educação profissional, ensino especial) e diferentes disciplinas, incluindo professores das áreas das exatas, como matemática, biologia e física. Tudo isso devido ao poder de transformar e de humanizar que as histórias possuem. O curso ainda contribui com a trajetória de muitos professores que passam pela readaptação e precisam encontrar novas formas de atuar, vivificando os espaços das salas de leitura e bibliotecas escolares.

Contação de histórias – “Contribui para a cena artística-cultural do DF, pois, após a formação, muitos continuam contando histórias para além dos espaços escolares, formam grupos de contação de histórias e vemos nascer muitos escritores egressos desta experiência. Aos aposentados, o curso oferece nova possibilidade de atuação, seja profissionalmente ou em trabalhos voluntários, espalhando as histórias, tão necessárias, especialmente neste momento pós pandemia em que precisamos reencontrar o que nos une como humanos: o olho no olho, a emoção e a imaginação criadora. Todas estas são percepções que a pesquisa em andamento, com a participação ativa de mais de 100 profissionais já me permitiram perceber”, informa.

Cristina destaca a importante presença do Sinpro-DF na trajetória de sucesso deste curso. “É importante mencionar que a pesquisa mostrou que o SINPRO-DF se faz presente nesta trajetória de sucesso, no movimento embrionário para o curso se estruturar, quando ofereceu formação continuada ministrada pelo Mestre Zezito (in memoriam), da qual muitas professoras formadoras das Oficinas Pedagógicas participaram e trouxeram esses saberes para o curso ir sendo constituído. A primeira turma aconteceu em 1999”, lembra.

Oficinas Pedagógicas –  Cristina diz  que o nome “Oficinas Pedagógicas” gera ambiguidade e que ele foi alterado, em 2018, para que a categoria entendesse o que é esse trabalho. As Oficinas Pedagógicas são espaços de formação continuada em que se busca, sempre, trabalhar teoria e prática interligados.

“É uma formação que é diferente. Trata-se de um trabalho vanguardista, que nasceu em 1986 e une teoria e prática em suas propostas e, por isso, faz tanto sucesso entre os professores e as professoras. Em 2018, teve uma portaria, que rege até hoje, que mudou esse nome para Centros de Vivências Lúdicas Oficinas Pedagógicas. No entanto, popularmente, esses espaços são conhecidos como Oficinas Pedagógicas”, explica. Ela se afastou do CVLOP de Samambaia quando foi para o doutorado.

Atualmente, existem 14 Centros de Vivências Lúdicas Oficinas Pedagógicas (CVLOP), com equipes compostas por cerca de três professores(as) formadores(as), que oferecem os cursos aos(às) demais professores(as) da rede. Confira os locais dos CVLOP.

CVLOP de Brazlândia

CVLOP de Ceilândia

CVLOP do Gama

CVLOP do Guará

CVLOP do Núcleo Bandeirante

CVLOP do Paranoá

CVLOP do Plano Piloto/ Cruzeiro

CVLOP de Planaltina

CVLOP do Recanto das Emas

CVLOP de Santa Maria

CVLOP de Sobradinho

CVLOP de São Sebastião

CVLOP de Taguatinga

CVLOP de Samambaia.