Margaridas entregam pauta para governo e cobram Executivo

A 40 dias da 5ª Marcha das Margaridas, as mulheres que compõem a maior manifestação feminista do mundo entregaram a ministros a pauta de reivindicações da mobilização que ocupará o estádio Mané Garrincha, em Brasília, nos dias 11 e 12 de agosto
A solenidade contou com o ministro da Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, da secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, e a representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Maria Fernanda.
O encontro abriu um processo de negociação com base nos eixos da marcha: soberania e segurança alimentar; terra água e agroecologia; sociobiodiversidade e acesso a bens naturais; autonomia econômica, trabalho e renda; violência sexista; direito à saúde e saúde reprodutiva; democracia, poder e participação.
Presente na cerimônia, a vice-presidente da CUT, Carmen Foro, ressaltou que a ação amplia a pressão pela resposta do governo e exerce um papel fundamental de defesa da democracia.
“Iniciaremos agora a articulação e as negociações que vão até a marcha e continuarão após as manifestações. Estamos num momento muito complexo da política, porque os ataques estão vindo do setor conservador e atingem direitos, resultando no retrocesso de algumas políticas. Nossa luta é, portanto, também contra a retiradas de nossas conquistas e  para garantir avanços”, disse.
A reunião com o governo aconteceu dois dias após as margaridas participarem de uma audiência pública na Câmara dos deputados promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias e entregarem a pauta também ao legislativo com a relação dos projetos de lei que os rurais reivindicam aprovação pelos deputados e senadores.
Margarida vive
A Marcha das Margaridas é uma homenagem à Margarida Maria Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, município da Paraíba, assassinada em 1983.
As caravanas de mulheres chegam ao estádio Mané Garrincha a partir do dia 11 e a abertura oficial do encontro está para prevista para as 18 horas do mesmo dia. Na manhã seguinte, a Marcha deixa o estádio e segue para a frente do Congresso Nacional.
Desde 2003, primeiro ano da manifestação, mais de 140 mil mulheres já ocuparam a capital federal para cobrar políticas públicas voltadas a um modelo de desenvolvimento centrado na vida, no respeito à diversidade e contra a violência sexista.
A partir de 2007, o governo federal criou uma mesa de negociação permanente que seguiu ininterruptamente e é atualizada a cada marcha.
Com o tema “As Margaridas seguem em marcha por desenvolvimento sustentável, com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade” esta edição deve levar à capital federal mais de 100 mil mulheres.