Margaridas da Educação: CNTE na luta por direitos
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) participou hoje (12/8) da 5ª Marcha das Margaridas, a maior manifestação pelos direitos das mulheres do mundo, coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e entidades parceiras.
Mais de 70 mil mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades – de todos os estados brasileiros e de algumas partes do mundo – saíram por volta das 8h da manhã do estádio Mané Garrincha, em Brasília, onde estavam concentradas desde o dia anterior, para seguir em marcha pela Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional, defendendo igualdade de direitos, democracia, agroecologia, terra, educação, saúde e o fim da violência.
No dia 11, as mulheres participaram de uma conferência com o tema “Margaridas seguem em Marcha por Desenvolvimento Sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”, e de painéis temáticos sobre os temas: Enfrentamento à Violência contra as Mulheres; Mulheres na luta por autonomia econômica, trabalho e renda; Mulheres em defesa da sociobiodiversidade e acesso aos bens comuns; e Mulheres Rurais Guardiãs da Cultura Camponesa.
A secretária de Relações de Gênero da CNTE, Isis Tavares, lembra que a entidade apoia a marcha e que as mulheres educadoras também estão mobilizadas, assumindo a postura de coragem e ousadia das Margaridas em reafirmar a defesa da democracia e a luta por um modelo de desenvolvimento centrado na vida, no respeito à diversidade e contra a violência sexista: “Temos de marchar pela garantia das conquistas já alcançadas e por mais políticas de combate à pobreza, de enfrentamento à violência contra as mulheres, da defesa da soberania alimentar e nutricional e na construção de uma sociedade sem preconceitos de gênero, de cor, de raça e de etnia, sem homofobia e sem intolerância religiosa, e por reformas políticas capazes de proporcionar mudanças em estruturas históricas que ainda sustentam as desigualdades e a discriminação no Brasil. A luta também é dos homens. No campo ou na cidade, somos todos Margaridas”, destaca.
O Caderno de Pauta de Reivindicações da Marcha das Margaridas, entregue para o governo federal e o Congresso Nacional, é resultado de intensas jornadas com discussões coletivas realizadas em todos os estados. Contemplam os anseios e as demandas específicas de cada região brasileira, com fundamentação e vivência de quem está na base, trabalhando e lutando diariamente por uma vida mais digna.
A marcha é realizada a cada 3 anos desde o ano 2000. O dia 12 de agosto marca o assassinato de Margarida Alves, presidente de um Sindicato de Trabalhadores na Paraíba, que lutava por direitos trabalhistas .
A presidente Dilma Rousseff deve anunciar ainda esta tarde, em cerimônia no estádio, o compromisso político do governo federal com a pauta das Margaridas.