Mais quatro categorias do funcionalismo vão à greve

Servidores da da Novacap, da Assistência Cultural e Social, do Metrô e da CEB também decidiram deflagrar greve. O motivo é o mesmo das demais 11 categorias do funcionalismo local que estão totalmente paralisadas: falta do pagamento do reajuste salarial previsto em lei ou definido em acordo coletivo, além da tentativa de retirada de benefícios históricos conquistados pelas categorias ou negligência em relação a apresentação de propostas para as reivindicações de data base das categorias.
Serviços como fiscalização de obras, desentupimento de bueiros, poda de árvores e manutenção da malha asfáltica (tapa buraco) estão suspensos com a greve dos servidores da Novacap, iniciada nessa terça-feira (3), após assembleia da categoria. Segundo o Sindser – sindicato que representa os servidores –, o movimento conta com a adesão de 80% da categoria.
Os trabalhadores exigem que o governo apresente proposta para a data base da categoria, que venceu no início de novembro, após vigência de dois anos. Até agora, o governo ofereceu à categoria apenas a assinatura de um novo Acordo Coletivo de Trabalho, sem qualquer ganho salarial ou em cláusulas sociais.
Nesta quarta-feira, às 17h, o Sindser se reúne com o GDF. Nesta quinta-feira (5), a categoria realiza nova assembleia para avaliar a reunião e a possível proposta do GDF. O encontro será às 9h30, na sede da Novacap.
Paralisação na CEB
Os servidores da CEB, que permitem a chegada da energia elétrica em todos os lares do DF, realizaram assembleia nessa terça-feira (3) e decidiram iniciar a greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, dia 9. Os trabalhadores estão em campanha salarial desde setembro e, de acordo com o Stiu-DF – sindicato que representa a categoria –, “a greve foi a única alternativa encontrada pela categoria diante da intransigência da direção da Companhia ao longo das negociações”. “Durante o mês de outubro, os dirigentes sindicais do Stiu-DF se reuniram com a direção da Companhia de energia de Brasília em cinco rodadas de negociação. Em todas, a empresa estatal do DF recusou as reivindicações da categoria e apresentou contraproposta com retirada de direitos e benefícios dos trabalhadores. Também negou a solicitação de ganho real e ainda se nega a pagar ao menos a reposição da inflação”, divulgou o Stiu-DF.
A proposta da CEB causa indignação. Além de reajuste zero, a Companhia quer retirar o abono e o tíquete natalino dos servidores, alterar as regras para o pagamento da Participação dos Lucros e Resultados (PLR) e o auxílio creche. Segundo o Stiu-DF, a CEB também quer acabar com a utilização dos cinco dias que os trabalhadores têm por ano de ausências justificadas. Algumas dessas conquistas, garantidos no Acordo Coletivo de Trabalho, existem desde a década de 70.
O advogado do Sindicato, Ulisses Borges, destacou que qualquer retirada de cláusula só pode acontecer em comum acordo. “Se a greve for para dissídio, a Justiça não vai retirar direitos dos trabalhadores. Para retirar qualquer cláusula do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) tem que haver acordo entre as partes. E não é o caso”, disse.
Assistência Cultural e Social  
Em assembleia realizada nessa terça-feira (3), os servidores da Assistência Cultural e Social deflagraram greve. Segundo o Sindicato que representa a categoria, Sindsasc, 80% das atividades-fim do setor estão paralisadas.
Nesta quarta-feira (4), os servidores da Assistência Cultural e Social realizam atos contra o aumento das refeições dos Restaurantes Comunitários, uma das medidas prejudiciais à população de baixa renda anunciadas pelo governo para ajustar suas contas. As ações de protesto serão realizadas na Estrutural, Ceilândia, Planaltina, Recanto das Emas e Santa Maria.
Metrô
Os servidores do metrô, que atendem cerca de 160 mil passageiros por dia, também paralisaram as atividades nessa terça-feira (3). Os trabalhadores querem o pagamento dos reajustes salariais devidos, além da contratação de concursados no lugar de comissionados.
A greve cumpria determinação legal de manutenção de 30% do efetivo. Entretanto, o Metrô de Brasília resolveu suspender completamente o serviço, anunciando locaute (fechamento da empresa pela sua própria direção), alegando risco de segurança. a decisão foi tomada porque o TRT não aceitou pedido do Metrô para obrigar 80% da categoria a manter o transporte. O locaute durará pelo menos até a reunião de conciliação marcada para a tarde desta quarta (4) no TRT.
A categoria realiza assembleia nesta quarta-feira (4), às 20h, na Praça do Relógio, em Taguatinga.
Outras categorias
Estão em estado de greve os odontologistas do GDF, os agentes socioeducativos, os agentes penitenciários e os trabalhadores de hospitais públicos do DF (exceto os médicos e os técnicos e auxiliares em enfermagem, que estão em greve). Todas essas categorias tiveram a greve decretada ilegal pela Justiça do DF.
Realizam assembleia nesta quarta-feira (4) os professores, os agentes socioeducativos, os agentes penitenciários, os técnicos em radiologia. Na quinta-feira (5), realizam assembleia os servidores do Detran, os assistentes sociais, os servidores socioeducativos, os enfermeiros, os auxiliares e técnicos em enfermagem.