Mais de 15 mil vão às ruas pra derrubar o golpe

Um grande ato popular encerrou o Dia Nacional de Mobilização e Paralisação em Brasília, no dia 11 de junho. Convocada pela CUT, as Frentes Brasil Popular e o Povo Sem Medo, a atividade contou com a participação de mais de 15 mil pessoas, entre as quais dirigentes e militantes de entidades sindicais, movimentos populares e partidos políticos.
A concentração foi marcada em frente ao Museu de República e, ao cair da tarde, a movimentação já assinalava o que seria um grande ato. Contag, Contraf, MST, MPA, MTST, CMP, UNI, MMC, MMM, Brigadas Populares, Consulta Popular, Levante, Refundação Comunista, MRD, dezenas de sindicatos CUTistas e outras centrais sindicais foram algumas das entidades e movimentos que vieram engrossar, com faixas e cartazes, as fileiras na luta pela democracia e contra o golpe de Estado. Partidos como PT, PCdoB, PSol, PDT e agrupamentos de servidores como Ocupa MinC e Ocupa Funarte também se fizeram presentes.
Fora Temer (11)Apresentações culturais garantiam a animação dos manifestantes enquanto a saída da marcha era organizada e o cantor Chico Nogueira emocionou a todos quando entoou “Pra dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, na largada da caminhada contra o desgoverno Temer.
O secretário-Geral da CUT, Rodrigo Rodrigues, considerou a mobilização importante nesse momento em que o golpe fica cada vez mais comprovada por revelações e gravações de delatores golpistas. “As pessoas atenderam a convocação e estamos fazendo um ato verdadeiramente popular, expressando a vontade da sociedade que é restabelecer o governo legítimo que foi usurpado por golpistas”, afirmou.
A marcha, que saiu do Museu da República rumo ao Congresso Nacional, fez breve pausa em frente aos Ministérios do Desenvolvimento Agrário e da Cultura, para relembrar e se contrapor ao fechamento das duas instituições pelo governo golpista.
No final da caminhada, os manifestantes colocaram-se em frente ao Senado Federal, porque, segundo Rodrigues, o recado da noite seria para aos senadores. “Estamos aqui para mostrar a unidade da esquerda e dos movimentos sociais que foi construída com o objetivo de restabelecer a democracia e que não iremos descansar até a volta da presidenta legitimamente eleita”, afirmou Julimar Roberto, secretário de Finanças da CUT Brasília..
Para a deputada federal Érika Kokay (PT-DF), a luta está apenas começando. “Nós, que somos filhos de Zumbi, de Margarida Alves, de Antônio Conselheiro não permitiremos que esses salteadores governem o nosso país, pois trazemos as marcas da ditadura no peito e não temos medo de nada. Faço minha as palavras de Lula quando organizou a primeira greve de trabalhadores no ABC paulista, onde ele disse  que ninguém deveria ousar duvidar da capacidade de luta e de transformação da classe trabalhadora brasileira”.
Segundo o deputado distrital Chico Vigilante, o povo está acordando, mas já perdemos muito. “Nossa país, que havia conquistado toda a credibilidade internacional com os governos Lula e Dilma, virou piada no exterior. A imprensa internacional não cansa de noticiar o golpe, enquanto os nossos veículos de comunicação tentam encobri-lo descaradamente”, lamenta.
Vale ressaltar a expressiva participação da juventude que também marcou presença para denunciar o golpe, com uma animada batucada aos gritos de “a Rede Globo apoiou a ditadura” e “fascista, racistas, machistas, não passarão!”.
Rodrigo Britto, presidente da CUT Brasília, avaliou o ato como positivo e foi incisivo, reafirmando o recado que a classe trabalhadora vem dando em todo o país. “Presidente golpista Temer, nós, entidades sindicais e movimentos sociais, estamos e estaremos nas ruas.até a derrubada do golpe. Ladrões de direitos, subservientes do empresariado da Fiesp, de latifundiários, banqueiros e do capital internacional, não daremos sossego. A todos aqueles que querem ferrar o trabalhador, interessados em retirar direitos trabalhistas e conquistas sociais, além de entregar riquezas e patrimônio do povo, avisamos que não cederemos.Seguiremos nas ruas permanentemente e não daremos sossego. Esse é só o começo!”.
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Fonte: CUT Brasília