Jovens são os mais afetados com o desemprego, aponta Ipea

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a população jovem é o alvo do desemprego no Brasil, embora a desocupação no mercado de trabalho esteja em um processo de desaceleração.
De acordo com a Carta de Conjuntura, publicada nessa quinta-feira (14), as pessoas entre 18 e 24 anos são as com mais chances de serem demitidas e possuem mais dificuldades de conseguir emprego. No segundo semestre, a taxa de desemprego entre eles é de 27,3%, equivalente a 4,3 milhões de pessoas. O estudo também mostra que a faixa etária é a que registrou a maior desocupação.
“Num momento de crise, quando o empresário decide quem vai embora, ele opta por quem tem menos tempo na empresa”, explica a pesquisadora do Ipea Maria Andreia Parente Lameiras, em entrevista ao portal Poder360.
Além de receber os menores salários, segundo o estudo, os mais jovens também apresentam queda na remuneração em 0,5%, na comparação com o mesmo período de 2016.
Em linhas gerais, o segundo semestre do ano registrou uma desaceleração da desocupação e a expansão dos rendimentos reais permitiu que 31,7% dos trabalhadores que estavam desocupados obtivessem emprego no período. O percentual de pessoas ocupadas que perderam o posto de trabalho recuou de 3,6% para 3,4%, em comparação ao segundo trimestre do ano passado.
“Governos ilegítimos, como o do golpista Michel Temer, aprofundam ainda mais essa crise. Isso porque são governos que não investem na educação, na qualificação, na valorização do jovem. E aí, essa juventude que tem tanto a oferecer, vira refém de salários baixos, jornadas de trabalho extenuantes e todas as condições desfavoráveis a um trabalhador”, afirma a secretária de Juventude da CUT Brasília, Maria do Socorro Santos. Segundo ela, para combater cenários como esse, é essencial que o jovem seja orientado sobre a importância das entidades que defendem os trabalhadores e, acima de tudo, integrem as direções de sindicatos, federações, centrais sindicais.
Aumento de informalidade
No segundo trimestre do ano, de todos os trabalhadores que transitaram da ocupação para a desocupação, 32% estavam no mercado formal, 10% menos que há dois anos.
Entretanto, o setor informal recebeu o maior número de desempregados. 43% daqueles que estavam desempregados foram incorporados pelo mercado informal, 28% obtiveram uma vaga formal e 28% se tornaram autônomos.
Apesar da desaceleração do desemprego, neste segundo semestre, algumas regiões apresentaram alta de desocupados, com destaque negativo para Pernambuco, que subiu 13,96% para 18,85%, e Rio de Janeiro, em que a taxa subiu 11,38% para 15,65%, ambos em comparação ao mesmo período de 2016.
Fonte: Escrito por RBA, com informações da CUT Brasília