Janeiro branco: cuide da sua saúde mental

Cansaço, esgotamento físico, mental, desânimo, tristeza intensa. São sintomas mais evidentes de transtornos mentais, como depressão, ansiedade, burnout. Doenças da vida moderna, que precisam ser tratadas com seriedade e respeito. A campanha Janeiro Branco nasceu em 2014, para gerar consciência não só sobre a importância da saúde mental, como também combater os tabus que giram em torno do assunto.

A categoria do magistério público é uma das que mais sofre com problemas de saúde mental, seja no DF ou em qualquer outro estado brasileiro.

A coordenadora da secretaria de Saúde do Trabalhador do Sinpro-DF, Elbia Pires, lembra que esses sintomas já acometiam a categoria bem antes da pandemia de Covid-19, que só fez exacerbar a situação.

“A sobrecarga de trabalho aliada à baixa remuneração em meio à realidade de precarização do trabalho levam os e as profissionais do magistério público ao esgotamento mental. Cuidar de si mesmo, cuidar da mente, é também uma forma de resistência”, afirma Elbia.

Ela ainda lembra que o Sinpro sempre teve atenção à saúde mental da categoria, muito antes do advento da pandemia de Covid-19 ou do governo Jair Bolsonaro. “Por isso o Sinpro conta com a Clínica do Trabalho, para atender à categoria”, afirma.

 

Categoria adoecida

O Sindicato dos Professores no Distrito Federal é das poucas entidades de classe a oferecer apoio psicológico à categoria sindicalizada. Pesquisa realizada pelo Instituto Ame a Sua Mente em parceria com o Instituto Nova Escola aponta que  70% dos professores de todo o país não contam com apoio para saúde mental. Do total de educadores(as) que responderam à pesquisa, 60% vivem sentimentos intensos e frequentes de ansiedade. Cansaço excessivo e baixo rendimento acometeram 48% dos entrevistados, e outros 42% relataram problemas com o sono (insônia ou sonolência). Sentimento intenso e frequente de tristeza assola 36% dos educadores. Esse cenário fez com que, nos últimos meses, 33% dos educadores pensassem em se afastar do trabalho por conta da saúde mental.

O levantamento é uma pesquisa espontânea feita com 5.203 professores(as) de todo o Brasil via formulário on-line – 6,9% desse total são do Centro-Oeste. 86,5% dos educadores que responderam ao estudo são do sexo feminino; 13,4% masculino. O perfil de quem respondeu ao questionário é majoritariamente de profissionais da Rede Pública de ensino: 84,6% dos ouvidos.

No fim de 2021, a psicóloga Luciane Kozicz, que trabalha na área de saúde do Sinpro, elaborou o estudo “Novas formas de trabalhar, novos modos de adoecer”, realizado com 714 trabalhadores da educação. Descobriu que a categoria do magistério público do DF vem sofrendo problemas nas cordas vocais, distúrbios osteomusculares, lesão por esforço repetitivo e doenças do aparelho respiratório. Nos danos psicológicos, destacam-se o estresse crônico, ansiedade, depressão e síndrome de Burnout. Os danos sociais que se sobressaíram relacionam-se a sobrecarga, hiperatividade, solidão por ausência do coletivo e assédio moral.

Sinpro veicula, neste mês, um vídeo de um minuto nos cinemas do Liberty Mall sobre o Janeiro Branco. Veja a seguir.

 

Janeiro branco

O primeiro mês do ano inspira as pessoas a fazerem reflexões sobre suas vidas, relações, e o futuro. É como se fosse um portal entre ciclos que se fecham e ciclos que se abrem nas vidas de todos nós.

Pensar sobre o tema da saúde mental gera conscientização, combate tabus, orienta os indivíduos e inspira autoridades a respeito de importantes questões relacionadas às vidas de todo mundo. O Janeiro branco lembra também da importância de olharmos para nós e para o outro (e seu sofrimento) com empatia, respeito, carinho e verdadeiro desejo de ajudar e de fazer diferença. Afinal, uma humanidade mais saudável pressupõe uma cultura da Saúde Mental no mundo.

A cor branca representa a ideia de “folhas ou telas em branco”, sobre as quais podemos projetar, escrever ou desenhar expectativas, desejos, histórias ou mudanças com as quais sonhamos e as quais desejamos concretizar.

Em meio à campanha do Janeiro Branco, o TV Sinpro do dia 18 de janeiro (às 19h na TV Comunitária) vai reprisar o seminário de saúde realizado pelo sindicato, sob o tema “Curto-Circuito no ensino: que nossos afeotsd não nos matem, nem morram”, que discutiu a violência sob a ótima da saúde.

Também em meio à campanha do Janeiro Branco, os cards de todas as publicações do Sinpro neste mês de janeiro trarão um lacinho branco para lembrar da importância dos cuidados com nossa saúde mental.

 

Clínica do Trabalho

A Clínica do Trabalho do Sinpro-DF foi criada em 2018 e oferece atendimento psicológico individual para professores(as) e orientadores(as) educacionais em sofrimento emocional no trabalho. Também promove palestras nas unidades escolares.

Professores(as) e orientadores(as) educacionais interessados(as) no atendimento individual ou na realização da palestra em sua unidade escolar, devem fazer inscrição pelo email faleconoscosaudetrabalhador@sinprodf.org.br ou pelos telefones (61)3343-4211 e 99244-3839. Na página da Clínica do Trabalho no site do Sinpro (https://www.sinprodf.org.br/clinica-do-trabalho/) você encontra mais informações, e todas as cartilhas já produzidas pela Secretaria de Saúde do Trabalhador do sindicato:

– Acidente de trabalho

– Acidente de trabalho (especial covid-19)

– Proteção à Infância

– Assédio moral no trabalho

– Licença médica geral

– Isenção de imposto de renda

– Adicional de insalubridade

– Suicídio

– Readaptação funcional

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