Investimento em Educação e Ciência é o menor em 20 anos

Os três anos de governo Bolsonaro foram os de menos investimento em Educação e Ciência e Tecnologia em vinte anos. A constatação veio de um estudo do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O grupo analisou os orçamentos dos Ministério da Educação (MEC) e da Ciência e Tecnologia e Inovações (MCTI) entre 2000 e 2022, com foco em investimentos.

Considerando que o orçamento de 2019 fora aprovado no governo anterior, temos que 2020, 2021 e 2022 apresentaram menores orçamentos para essas áreas desde 2000. Os anos coincidem com a pandemia mundial da covid-19, período em que seria esperado e necessário que o investimento em educação e ciência aumentassem – e não se enxugassem.

Em 2022, o MEC tem R$ 3,45 bilhões para investimentos, muito abaixo dos números entre R$ 10 bi e R$ 20 bi de 2009 a 2015 (valores corrigidos pela inflação). O maior valor proposto pelo governo Bolsonaro foi de R$ 4,63 bilhões, em 2020.

Tais números tiveram impacto decisivo também sobre as agências de fomento à pesquisa. Como se não bastasse, em janeiro, foram tirados R$ 8,6 milhões do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), voltados para formação, capacitação e fixação de recursos humanos para o desenvolvimento científico. E mais: a Fiocruz, que teve papel fundamental no enfrentamento da pandemia, sofreu corte de R$ 11 milhões.

As universidades federais vêm sofrendo um processo intenso de estrangulamento nos últimos anos. Diante dos poucos recursos, tiveram de parar obras, buscar doações e até estudos sobre o coronavírus foram prejudicados. Chegaram ao ponto de ter dificuldade para pagar contas de luz e água e não puderam garantir o acesso dos estudantes às aulas online, já que não havia dinheiro para a aquisição de computadores, por exemplo.

Vale lembrar que o governo Bolsonaro vetou projeto aprovado no Congresso que garantiria internet a alunos pobres da educação básica. E, ao sancionar a lei orçamentária, em janeiro, cortou R$ 800 milhões do MEC.

Nada surpreendente para um governo que se baseia na desinformação para controlar sua base, cujo líder demonstra cotidianamente seu desprezo pela ciência, pela educação, pela cultura e seus profissionais.

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