Instituto Federal de Brasília rejeita EAD

Atuando com Educação Profissional e Ensino Médio, os campi do Instituto Federal de Brasília (IFB) afirmaram que não atuarão com Educação a Distância (EAD) ou em algum tipo de plataforma digital. A definição foi dada durante entrevista nessa sexta-feira (05), ao DFTV, sob a avaliação de que este meio de ensino não funciona.

Segundo a entrevista, a direção do IFB disse ter tomado a decisão mediante pesquisa realizada pelo Instituto, onde foi constatado que nem 70% dos(as) estudantes sequer conseguiram responder a pesquisa, quiçá assistir as aulas dadas por EAD. Como isto, constataram que a plataforma não funcionará e preferem continuar analisando outras possibilidades.

 

UnB constata que EAD não é eficaz

A Universidade de Brasília (UnB) suspendeu as aulas logo nos primeiros dias da pandemia da COVID-19. Primeiro a universidade tentou dar continuidade aos cursos via EAD, mas constatou que não estava dando certo e avaliou que a ferramenta poderia ser um desastre na educação de adultos e suspendeu as atividades.

Na tentativa de encontrar outras soluções para o problema, a universidade está realizando outra pesquisa para encontrar uma solução.

 

SEE age de forma equivocada

Mesmo vendo que a UnB não adotaria as aulas no formato EAD para adultos, a Secretaria de Educação resolveu atender crianças da Educação Básica, muitas de turmas inclusivas e de classes especiais (PCD), no formato EAD. Um dos principais questionamentos sobre a falta de equipamentos para os(as) estudantes da rede pública do Distrito Federal tem sido respondido pela SEE de forma equivocada, que é o envio das atividades impressas antes do pico de pandemia.

O Brasil alcançou a marca de 35 mil mortes e deve alcançar a marca de 40 mil óbitos nos próximos sete dias e a SEE planeja, no meio do pico da pandemia, encaminhar impressos para que estudantes e professores troquem o material, aumentando assim o risco de contágio.

Enquanto a UnB e o IFB estão fazendo pesquisas para tomar decisões, a SEE não fez nenhuma pesquisa e mesmo sabendo que trabalha com público carente, resolveu fazer a exclusão da educação de 120 mil estudantes sem computadores.

O Sinpro vem disponibilizando os dados das pesquisas, mas mesmo assim a secretaria ignora os fatos para aplicar uma metodologia de ensino que não foi desenvolvida na educação básica e que está fadada ao fracasso.

 

Referência em ensino

Desde 2019 o Sinpro vem falando muito sobre o ensino médio dos IFB’s, quando começou a discussão sobre a militarização das escolas públicas do DF. Em nossas abordagens e pesquisas sobre o funcionamento no IFB, detectamos que ela representa, na rede pública do país, o melhor ensino público, mesmo porque recebe mais recursos financeiros que as escolas estaduais, municipais e do Distrito Federal, recursos estes que fazem a diferença.

Portanto, avaliamos que a decisão do IFB, referência em educação pública no ensino médio, é acertada em não querer usar a ferramenta Google Class Room ou outros mecanismos digitais, porque percebeu que o Instituto pode resolver isto posteriormente, com aulas presenciais.