Impedidos de acompanhar votação da reforma da Previdência, trabalhadores realizam ato em frente à Câmara
A reforma da Previdência, um dos projetos mais perversos de Bolsonaro para o povo brasileiro, está em discussão na Câmara dos Deputados e pode ser votada em plenário ainda esta semana. Enquanto lá dentro, deputados da oposição se articulam para impedir que o processo avance, do lado de fora, a classe trabalhadora resiste.
A discussão sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 006/2019) começou nessa terça (9) deve se estender até esta madrugada. A previsão é que o texto seja votado ainda nesta quarta. Em seguida, serão analisados os pedidos de modificações que continuam sendo negociados. Para ser aprovada, a reforma precisa de 308 votos, ou o apoio de dois terços dos 513 dos deputados. Depois, seguirá para análise no Senado.
Como parte da resistência, nesta quarta (10), trabalhadores, movimentos sociais e estudantil realizaram grande ato em frente o Anexo II da Câmara contra o projeto. Como de se esperar de um governo autoritário e anti-povo, a entrada da Casa foi fechada e cercada por policiais, que agiram com truculência e usaram spray de pimenta contra os manifestantes.
“Isso é uma destruição dos direitos do povo brasileiro. Reforma se faz para melhorar e essa está vindo para prejudicar. E o pior de tudo é que a Casa do povo está fechada para o povo. Um projeto de tamanho impacto na vida do brasileiro não pode ser acompanhado pelo povo”, indignou-se o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT (CUT), e secretário de Finanças e Administração da CUT Brasília, Julimar Roberto
A ação contou também com a participação de trabalhadores aposentados das suas atividades laborais, mas que ainda estão na ativa nas mobilizações. “Estão ampliando o desmonte dos direitos dos trabalhadores. Por isso , hoje, estou nas ruas para pressionar os deputados que estão contra a população para que eles mudem seus posicionamentos. É preciso que tenham consciência de que se votarem contra o povo serão cobrados no futuro”, disse o funcionário aposentado da Caixa Econômica Federal Vlamiro Martinez.
A intensificação da mobilização teve inicio na terça (9), em que trabalhadores de várias categorias realizaram enfrentamento dentro da Câmara dos Deputados. A vice-presidente da CUT Brasília e diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), Meg Guimarães participou da ação e destacou a importância de o povo dar uma resposta clara aos parlamentares. “Sabemos que o projeto é um ataque gravíssimo ao conjunto dos trabalhadores. Por isso, é nas ruas que vamos impedir o fim das aposentadorias”, afirmou.
Voz do povo
Para a vice-presidente da CUT, Carmen Foro, os deputados favoráveis à proposta não estão ouvindo a voz do povo brasileiro. “Ao longo desse período, temos realizados várias mobilizações e que somos contrários a esse projeto. Se escutassem o povo, não fariam essa reforma que só tira direito dos mais pobres. Porém, a mobilização não deve parar. Vamos pressionar e mobilizar”, disse.
Por fim, a deputa federal Erika Kokay (PT-DF) afirmou que, dentro do Congresso, a oposição seguirá resistindo para impedir que o projeto avance. “Vamos resistir e utilizar todos os instrumentos possíveis , pois trata-se de uma reforma que reafirma uma modelo
Fonte: CUT Brasília