I Festival de Curtas do Sinpro – Adélia Sampaio: inscrições abertas

O Sinpro-DF lança neste mês de novembro o I Festival de Curtas – Adélia Sampaio. O evento é exclusivo para estudantes, professores(as) e orientadores(as) educacionais da rede pública de ensino do DF. As inscrições devem ser feitas exclusivamente pela internet, de forma gratuita. O prazo vai desta segunda-feira (23) a 19 de novembro.

 

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Nesta primeira edição, o festival traz como tema: “Para ser libertadora, a educação precisa ser antirracista”. “O setor da educação escancara como o racismo é presente em nossa sociedade. Pessoas pretas têm piores condições de ensino, têm mais dificuldade para entrar na universidade, são a maioria dos analfabetos. Mas a educação também é uma das principais ferramentas para mudar esse cenário, desde que seja uma educação antirracista”, afirma o diretor do Sinpro-DF Raimundo Kamir.

>> ACESSE O REGULAMENTO DO I FESTIVAL DE CURTAS – ADÉLIA SAMPAIO

 

Para a também diretora do sindicato Márcia Gilda, uma educação antirracista é aquela que, entre outras ações, “debate o racismo de forma interseccional dentro de sala de aula, promove a conscientização sobre essa construção de sociedade, realiza atividades de resgate e valorização da cultura negra”. “É uma educação humanizadora e humanizante”, destaca.

O Festival de Curtas do Sinpro coincide com o mês da Consciência Negra, novembro, mas tem o propósito de debater permanentemente a questão racial, ainda que, nas próximas edições, em temas correlacionados. “Isso fica evidenciado na escolha do nome do evento: Adélia Sampaio”, ressalta Raimundo Kamir ao citar a cineasta que fez história ao se tornar a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil.

 

 

Regras
O I Festival de Curtas do Sinpro – Adélia Sampaio será dividido em cinco categorias: Educação Infantil; Ensino Fundamental; Ensino Médio; Educação de Jovens e Adultos (EJA); Educação do Sistema Socioeducativo ou do Sistema Prisional.

Os curtas poderão ser realizados por um(a) único(a) estudante ou por um grupo de estudantes. Entretanto, é obrigatória a participação de um(a) professor(a) ou orientador(a) educacional, que terá a tarefa de coordenar o trabalho. Este(a) coordenador(a) também será o(a) responsável por fazer a inscrição do grupo no Festival e, caso o filme seja selecionado, entregar, pessoalmente, a obra e os termos de autorização de imagem e voz dos participantes.

Os curtas deverão ter tempo mínimo de 1 minuto e máximo de 5 minutos. Eles serão avaliados por uma Comissão Julgadora, que elegerá os cinco melhores filmes de cada categoria e, posteriormente, o melhor filme de cada categoria.

Os 25 filmes selecionados (cinco de cada categoria) serão disponibilizados para votação popular.

Receberão premiação de R$ 2 mil o melhor filme de cada uma das cinco categorias e também o mais votado, entre todas as categorias, pelo Júri Popular. Professores(as) e orientadores(as) educacionais que coordenarem os curtas vencedores também serão premiados com R$ 1 mil.

A divulgação dos melhores filmes de cada categoria será feita na primeira quinzena de dezembro, após exibição dos 25 curtas selecionados pela Comissão Julgadora.

Por que cinema?
Desde sua criação, o cinema se mostra como instrumento de reflexão e expressão de momentos cruciais da história, bem como do sentimento de um povo. Também é utilizado como ferramenta de fortalecimento de um pensamento ou ideal.

Na educação, a sétima arte se apresenta como recurso pedagógico de grande potencial educacional. Segundo Rosália Duarte, no livro Cinema e Educação, “ver filmes é uma prática social tão importante, do ponto de vista da formação cultural e educacional das pessoas, quanto a leitura de obras literárias, filosóficas, sociológicas e tantas mais”.

“Sem dúvidas, a educação e o cinema são ferramentas essenciais para compreender e interpretar a sociedade e suas formas de opressão. Por isso, unimos essas duas potências para fortalecer a luta por uma educação pública que seja, de fato, emancipadora. Isso sem falar que o Festival estimula também a democratização do cinema, que hoje é completamente inviável de ser produzido ou mesmo frequentado pela maioria da população, pelo alto custo exigido”, ressalta o diretor do Sinpro-DF Bernardo Távora.

Adélia Sampaio
A mineira Adélia Sampaio é cineasta e a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil: “Amor Maldito”, de 1984.

Aos 79 anos, Adélia Sampaio é um dos principais nomes do audiovisual brasileiro. Em entrevista ao Portal Catarinas (2021) https://catarinas.info/adelia-sampaio-e-o-pioneirismo-cinematografico-de-amor-maldito/, ela afirma que se considera “ousada pela coragem de fazer cinema”. “Tenho consciência do que é ser negra, do que nossa história representa e representou neste país”, afirma.

Entre outros filmes de Adélia Sampaio estão os curtas-metragens “Denúncia Vazia” (1979) e “O Mundo de Dentro” (2018), e os documentários “Fugindo do Passado” (1987) e “AI-5 – O Dia Que Não Existiu” (2001).

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