Graça Ramos lança o livro “O Apagamento de Volpi: presença em Brasília”

Fatos importantes e relevantes sobre o desaparecimento dos afrescos de Alfredo Volpi na Igrejinha de Fátima, na 308 Sul, motivaram a historiadora da arte e jornalista Graça Ramos a escrever o livro O Apagamento de Volpi: presença em Brasília. A obra, fruto de grande investigação, será lançada pela escritora no dia 14 de março, a partir das 18h, no Gentil Café (CLS 410, Bloco B, loja 36).

Por meio de uma extensa pesquisa em acervos públicos e privados sobre os primeiros anos da capital federal, Graça joga luz sobre os fatos que antecederam e levaram ao desaparecimento dos afrescos pintados por Alfredo Volpi nas paredes da Igrejinha de Fátima da 308 Sul. O evento retratado no livro envolveu o arquiteto Oscar Niemeyer, o ex-presidente Juscelino Kubitschek e a Igreja Católica.

Apenas quatro anos após serem feitos, os afrescos pintados por Alfredo Volpi nas paredes da Igrejinha foram lixados e as paredes receberam uma camada de tinta, em 1962. Desaparecia ali a obra concebida pelo pintor que ousou transgredir os cânones da Igreja Católica e colheu, em troca, o apagamento de sua arte. A publicação, que consolida a trajetória de Graça Ramos como pesquisadora da história da capital federal, destaca o papel cumprido pela Igreja Católica nesse enredo que levou à raspagem da pintura de Volpi das paredes da edificação inovadora projetada por Oscar Niemeyer.

As vozes religiosas que se insurgiram contra o traço volpiano, tachando-o de infantil e transgressor, pesavam no ambiente político da época. Juscelino Kubitscheck desdobrava-se em gestos de cordialidade com os líderes católicos para fazer avançar o processo construtivo de Brasília. Com uma rica coleção de imagens históricas que iluminam um recorte pouco conhecido da obra de Volpi, a publicação surpreenderá os leitores com a reprodução de fotogramas do documentário “Brasília – A cidade da Alvorada”, dirigido por Torgny Anderberg, com fotografia de Kalle Bergholm. É o resgate possível dos afrescos idealizados pelo pintor que se consagraria nas décadas seguintes.

A curadora e pesquisadora da arte Fernanda Lopes, que assina o prefácio da publicação, ressalta que o livro abre um novo flanco de investigação e reflexão sobre a obra de Volpi, bem como a de uma rede mais complexa e menos oficiosa sobre a criação de Brasília. “Um trabalho fundamental para todos aqueles pesquisadores, estudiosos e interessados não só na história das artes visuais no Brasil, como também na maneira como um debate estético e histórico se estabelece, em suas revelações e apagamentos, entre os agentes do campo, suas instituições, os críticos e o público”, afirma em seu texto a historiadora.  E completa: “É importante chamar atenção para o retrato mais amplo, em suas dimensões política e social, que Graça habilidosamente constrói a partir de sua investigação sobre Volpi”.

O arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília Eduardo Pierrotti Rossetti analisa que Graça Ramos “articula questões da história de Brasília, de sua arquitetura e de suas memórias”. Em seu texto da contracapa do livro, o professor ressalta que a autora “recupera fatos e movimenta uma trama entre Volpi, Niemeyer, JK e tantos outros personagens para revelar a complexidade da Igrejinha.”

 

Serviço:

O apagamento de Volpi: Presença em Brasília

De | Graça Ramos

Lançamento do livro com sessão de autógrafos

Quando | 14 de março, terça-feira

A partir das 18h

Onde | Gentil Café

Endereço | CLS 410, Bloco B, loja 36 – Brasília – DF

Reserva de mesa | (61) 3546.8651

Número de páginas | 240

ISBN | 978-65-89210-01-6

Preço | R$ 65,00

Editora | Tema Editorial (www.temaeditorial.com.br)