Governo segue sem nova proposta para servidores e prazo está estourando

Enquanto a Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento voltou a dizer nesta segunda-feira (24) que ainda não tem uma resposta formal sobre alternativa para sua proposta de reajuste salarial de 21,3% dividido em quatro anos, rejeitada pela categoria, servidores federais aumentam as mobilizações e paralisações que já alcançam 21 estados e o Distrito Federal (veja quadro aqui).
Unidos, os servidores do Judiciário, INSS, professores e técnicos das Universidades somam forças aos servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Incra, Saúde Indígena, Funasa, INPI, Agricultura, Funai, Ibama, Iphan, Instituto Evandro Chagas, administrativos fazendários, da AGU e também da PRF, Sesai, Dnocs, Ipen e outros em todas as regiões do País. Todos pressionam fortemente para por um fim aos impasses instalados na mesa de negociações no Ministério do Planejamento.
A SRT voltou a alegar dificuldades de agenda para promover os diálogos internos necessários para consolidar e apresentar uma nova proposta aos servidores. Os servidores federais seguem defendendo que o prazo de quatro anos é muito extenso e pede que o governo considere perdas inflacionárias já acumuladas pela categoria e não apenas reajustes para um cenário futuro (2016-2019) como sua proposta determina.
O índice de inflação deste ano que já passa dos 9% não está sendo considerado pelo governo nessa proposta de 21,3% em quatro anos. Os federais lutam para que mais essa perda não lhes seja imposta. Para pressionar o governo e alterar o cenário que empurra o índice que não traz qualquer garantia de reposição de perdas já acumuladas, diversas categorias dos servidores seguem em processo de paralisação e mobilização em todo o Brasil.
Com o processo de negociações cada vez mais comprometido também pelos prazos legais para envio de propostas ao Congresso Nacional – propostas com previsão orçamentária para 2016 devem ser enviadas até o dia 31 deste mês – a ofensiva de mobilização em todo o Brasil deve ser máxima essa semana.
A Condsef, a confederação nacional dos servidores públicos federais, está convocando uma plenária nacional de sua base para essa sexta (28). A entidade segue recomendando às entidades sindicais de sua base que reforcem as mobilizações nos estados, ampliem os movimentos de paralisação em seus locais de trabalho. Sem luta dificilmente serão alcançados os avanços esperados. Historicamente a consolidação de conquistas e manutenção de direitos é feita com muita resistência e não será diferente agora. A pressão deve ser permanente e é fundamental nesse momento.