Gestão Democrática não é só eleição, é participação!
Poucos meses depois de a comunidade escolar comemorar a realização das eleições para as direções e conselhos escolares e um novo tempo de gestão nas escolas baseada numa lei realmente democrática, é de lamentar as notícias que estamos recebendo de que a Secretaria de Educação planeja duas grandes mudanças no sistema de ensino público: a mudança da grade curricular e o fim da divisão por séries, com a implantação de ciclos no ensino fundamental já a partir de 2013.
Questionamos, sobretudo, a falta de diálogo com os diversos segmentos da escola, já que até o momento não fomos nem sequer informados sobre as mudanças propostas. Apesar de a avaliação por ciclos ser uma bandeira dos movimentos ligados à Educação, sua implantação não pode se dar de forma açodada, sem formação dos professores para a nova realidade, sem estrutura nas escolas para trabalhos extracurriculares, sem laboratórios eficientes, sem mudanças na disponibilidade de carga horária dos educadores, enfim, sem as mudanças estruturais que permitiriam o sucesso do novo modelo. Não sabemos, por exemplo, se o modelo será o mesmo adotado em São Paulo, onde a aprovação é automática e a reprovação deixou de existir.
Também carece de discussão o novo modelo de grade curricular e reiteramos que o Sinpro não participou de nenhum debate dessa natureza. É preciso que os gestores entendam que a Gestão Democrática não significa somente eleição, mas também a disposição e compromisso de não tomar decisões de cima para baixo e ouvir sempre a comunidade escolar para tomar uma decisão. Queremos um novo tempo na escola, onde decisões verticalizadas não tenham vez.