GDF propõe reajustes só daqui um ano, sem retroativo
Desrespeitando a CUT e os sindicatos dos servidores, o governo de Brasília anunciou pela imprensa, na manhã desta sexta-feira (23), no Palácio do Buriti, um cronograma de pagamento dos reajustes devidos às 32 categorias de servidores do GDF a partir de setembro deste ano e estabelecidos em lei. O calendário apresentado para a retomada da concessão de aumentos começa somente daqui a um ano, em 1º de outubro de 2016, sem pagamento de retroativos referentes aos até 12 meses anteriores. O anúncio da continuidade do calote foi feito pelo governador Rodrigo Rollemberg, sem qualquer nova conversação e negociação com o movimento sindical, ao contrário do que fora estabelecido na terça-feira, quando servidores da educação e da saúde ocuparam a Câmara Legislativa.
Governador insistiu no discurso de impossibilidade de cumprir a lei e implementar os reajustes aprovados em 2013, após longas e duras campanhas e greves dos servidores. A implementação desta proposta de pagamento do GDF está condicionada, porém, à aprovação de um conjunto de 11 projetos de lei para aumentar impostos e a arrecadação do GDF.
“O governador, assim, além de continuar na ilegalidade, descumprindo determinação legal de aplicar reajustes, aproveita para empurrar para a Câmara Legislativa uma suposta solução que só acontecerá em outubro de 2016, com calote de um ano de reajustes no funcionalismo, no mínimo. Sem falar que a saída anunciada pelo GDF onera a todos nós, trabalhadores, especialmente os de menores renda, com mais impostos. Ele insiste em penalizar os trabalhadores pela crise que não criamos”, critica Rodrigo Rodrigues, secretário-feral da CUT Brasília e coordenador do Fórum em Defesa do Serviço Público, que reúne mais de 20 sindicatos de servidores do DF.
“O Governo Rollemberg não fez uma proposta; fez uma provocação aos servidores do GDF. A resposta será dada com luta”, completou o dirigente.
Entre as propostas do GDF que serão enviadas à Câmara Legislativa, a primeiras tratam da venda de imóveis, a da cobrança pelo uso de áreas públicas, do reajuste do Imposto Sobre Serviço de Cartórios, da cobrança administrativa de créditos da dívida ativa e da equiparação da taxa de licenciamento de veículos do DF com as demais unidades da Federação.
Os servidores da educação e de outros órgãos públicos estão em assembleia nesse momento (10h) no Buriti e na CLDF para discutir a proposta do GDF e a continuidade da greve. À tarde, outras categorias da saúde e da administração direta também realizam assembleias. Indignados com a proposta de continuidade do calote do GDF, dirigentes de sindicatos de trabalhadores da saúde estão reunidos também para avaliação e discussão de próximos passos.