GDF mantém arrocho e Sinpro-DF convoca categoria para greve de 24/9
Durante reunião realizada na noite desta segunda-feira (21), governo Rollemberg mantém a decisão de não pagar o que deve aos (às) professores (as), orientadores (as) educacionais e auxiliares administrativos da Secretaria de Estado de Educação (SEEDF). Representantes do Governo do Distrito Federal (GDF) afirmaram que o DF não tem recursos financeiros para pagar os salários e direitos devidos.
Coordenada pelo secretário de Gestão Administrativa e Desburocratização (Segad), Alexandre Lopes, e com a participação da Subsecretária de Relações do Trabalho e do Terceiro Setor, Mari Trindade, a negociação foi realizada por ramo de atividade e o da educação foi o último a ser recebido.
Mais uma vez o governo se reúne com lideranças sindicais para falar de dificuldades orçamentárias e financeiras, da falta de dinheiro e de um rol de impossibilidades que, supostamente, o impede de pagar direitos trabalhistas conquistados. Os representantes do GDF avisaram que não há recursos financeiros para pagar nem agora e nem depois a sexta e última parcela de reajuste do Plano de Carreira em curso (Lei nº 5.105/2013) e nem sequer propôs uma data para começar a pagar os salários já com o reajuste.
Avisaram que o governo não tem condição e nem previsão de data para pagar a pecúnia da licença-prêmio dos (as) récem-aposentados (as). Todavia, comprometeu-se a não deixá-la “cair” em exercício findo, o que, na avaliação da diretoria do Sinpro-DF, sinaliza para a predisposição de não pagar, em sua totalidade, em 2015.
Os representantes do governo afirmaram não haver perspectiva para o reajuste do auxílio-alimentação nem para regularização do pagamento do 13º salário e, ainda, que receiam não haver condições de pagar o salário de outubro em dia. Informaram que, para resolver essa situação, aguardam sinalização do governo federal em relação ao direito do GDF de receber recursos devidos à correção do Fundo Constitucional e compensação previdenciária, somado à aprovação, pela CLDF, do pacote de choque encaminhado pelo governo.
Cleber Soares e Isabel Portuguez, diretores do Sinpro-DF na negociação, criticaram a falta de respeito do governo à direitos duramente conquistados e alertaram para o absurdo que é a transformação da licença-prêmio em licença-capacitação para uma categoria como a do magistério público do DF, cujos profissionais têm curso superior e 70% tem algum tipo de pós-graduação. Lembraram aos assessores do governador do processo histórico de conquista desse benefício. Informaram que o governo José Roberto Arruda também tentou subtrair esse direito e que os (as) profissionais do magistério, com sua mobilização, impediram qualquer modificação nessa conquista.
Os diretores do Sinpro-DF afirmaram que, na opinião da diretoria, mais do que uma demonstração de problema orçamentário e financeiro, o pacote de gestão significa que o governo Rollemberg não respeita a classe trabalhadora ao não respeitar direitos já conquistados, como é o caso da licença-prêmio, do reajuste do auxílio-alimentação e da sexta parcela do Plano de Carreira, dentre outros.
Soares e Portuguez lembraram que todos os governos eleitos do DF tentaram retirar direitos conquistados e impor regras prejudiciais aos (às) servidores (as) e aos serviços públicos no início de seus respectivos mandatos, porém, a categoria docente reagiu à altura e não permitiu nenhum ataque a seus direitos. Após esse duro diálogo, ficou sinalizada a possibilidade de uma nova reunião na segunda-feira (28).
A reunião desta segunda-feira (21) foi convocada pelo GDF. A princípio, era para ser realizada às 16h. Contudo, foi remarcada para as 19h mas , iniciando às 20h.
A diretoria do Sinpro-DF informa à categoria que esse discurso de falta de dinheiro é o mesmo que a categoria sempre ouviu de todos os governos anteriores que iniciaram mandato logo após as eleições e lembra que o que garantiu os avanços e impediu a categoria de ficar presa a esse discurso foi a luta em defesa dos direitos existentes e para conquistar novos.
Contra esse pacote, está prevista uma paralisação de 24h, em 24 de setembro. A diretoria colegiada do Sinpro-DF convoca toda a categoria para participar do ato público na Praça do Buriti, às 10h, nesta quinta-feira (24) e paralisar suas atividades laborais por 24h em sinal de protesto contra a política de arrocho salarial e de afronta a direitos que o governo Rollemberg tenta implantar.
Contra o calote e desrespeito, vamos à luta!