GDF impõe reajuste no plano de saúde dos servidores
Por indicação da diretoria do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do DF (Inas), o GDF Saúde, plano de saúde dos servidores(as) públicos(as) do DF, será reajustado. Os novos valores atingirão titulares e, sobretudo, dependentes. A alteração das mensalidades foi referendada pelo Conselho de Administração do Instituto (Conad) em votação, por 10 x 4, e deve começar a valer em outubro.
Pela proposta do governo do DF, o piso da mensalidade dos titulares terá reajuste 11,22%, saindo dos atuais R$490 para R$545. Para os dependentes, a situação é ainda mais grave: dependendo da faixa etária, os reajustes chegam a 52%. Além disso, houve a ampliação das faixas etárias, saindo de 3 para 6.
A indicação do aumento das mensalidades do GDF saúde foi feita pelo Inas em agosto. Para tentar reverter o processo, representantes do Sinpro no Conad pediram vista, solicitando mais tempo para analisar o tema, antes que a decisão fosse tomada. A partir daí, o Sindicato iniciou uma série de estudos que embasaram contraproposta com a indicação de uma série de ações de controle de custos. O objetivo foi garantir que as novas mensalidades do GDF Saúde impactassem minimamente o orçamento da categoria do magistério público.
Entre as ações de controle apresentadas estão a ampliação do controle de despesas, com auditoria rígida; ampliação da capacidade de negociação com os prestadores de serviços para diminuição dos custos assistenciais; referenciamento de prestadores; criação de novos produtos com rede de prestadores ajustada; ampliação da carteira de segurados; além da implementação de programas de atenção primária à saúde.
O esforço, entretanto, não foi considerado pelos representantes do GDF, que insistiram em manter um reajuste inviável para a maioria da categoria do magistério público do DF.
Cientes da necessidade de garantir o equilíbrio financeiro do plano de saúde dos servidores, os representantes do Sinpro no Inas lembraram que professores(as) e orientadores(as) educacionais amargaram 8 anos de congelamento salarial e, atualmente, estão em segundo lugar no ranking das piores remunerações do funcionalismo público do DF. Durante a reunião do Conad, eles ainda afirmaram que impor mensalidades com valores superiores ao que é possível de custear é impedir a condição da categoria enquanto segurada.
Conquista histórica
A implementação do GDF Saúde é resultado de luta histórica do Sinpro e demais categorias do serviço público do DF. O movimento pela criação de um plano de saúde para o funcionalismo público começou ainda nos anos 90, sendo implantado no final de 2020.
O Sinpro lembra que a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) público, universal e de qualidade continua sendo uma das principais bandeiras do Sindicato. Entretanto, diante do desmantelamento desse setor e da complexidade de reverter esse cenário, se faz urgente a garantia de alternativa que assegure a saúde e a vida dos(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais da rede pública de ensino.
A tentativa de retirada de direitos dos servidores públicos vem sendo uma prática do atual governo do DF. O reajuste excessivo do GDF Saúde é prova disso, uma vez que retira de professores(as), orientadores(as) educacionais e, principalmente, de seus familiares, a possibilidade de ser segurado no GDF Saúde.
Resistente, o Sinpro continuará insistindo para que o plano de saúde dos servidores mantenha, de fato, uma concepção mutualista e solidária.
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