GDF anuncia volta das aulas presenciais para os próximos 30 dias

De forma irresponsável e totalmente intransigente, o Governo do Distrito Federal anunciou nesta segunda-feira (29) a volta às aulas presenciais nas redes pública e privada para os próximos 30 dias. O anúncio vem no mesmo dia que o GDF decretou estado de calamidade pública na capital federal fruto da pandemia do novo Coronavírus, que até o momento matou 559 pessoas no DF, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde.

Segundo a imprensa local, Ibaneis já teria feito um calendário e passado o documento para que setores do GDF providenciem as condições necessárias para que tudo volte a funcionar no mês de agosto.

Especialistas da saúde têm alertado diariamente que nos próximos dez dias o Distrito Federal viverá o ápice da pandemia. Se daqui dez dias estaremos no pico da doença, com o número de contaminações e mortes em estágio acelerado, como é possível organizar a volta das aulas para pouco mais de trinta dias?

O Sinpro lamenta muito pelo fato do ano letivo estar comprometido, mas é inadmissível pensar no retorno das aulas em um cenário tão adverso, perigoso e sem que as medidas necessárias para a segurança de estudantes, professores(as), orientadores(as) educacionais e da comunidade escolar tenham sido tomadas. Em um mês não teremos a tranquilidade e a segurança necessárias para um ambiente seguro para todos.

 

Precisamos pensar na volta, mas com segurança

A volta às aulas presenciais é necessária e precisamos nos preparar para o retorno, mas para isto é preciso elaborar um plano que traga segurança para todos(as). Para que meio milhão de pessoas volte a frequentar as escolas, mesmo com dias alternados, serão necessárias grande quantidade de máscaras, milhares de litros de álcool em gel, uma série de providências devem ser tomadas, profissionais para trabalhar nas escolas para que não haja contaminação. Infelizmente, até o momento o governo não sinalizou com estas preocupações.

Soma-se a tudo isto o fato de não termos uma organização razoável para as aulas remotas, da situação das escolas públicas ser precária e da estrutura totalmente deficitária. Pensar em trazer estudantes e professores(as) para as escolas, sem corrigir todos estes problemas e aguardar o controle da COVID-19, é colocar pessoas na fila da morte.

Seria prudente que neste momento fosse criada uma comissão com representantes da comunidade escolar, da área da saúde e de todos os setores da sociedade para que possamos construir com um planejamento seguro e responsável para o retorno das aulas. O momento seguro para este retorno é com o controle da pandemia, fato que, infelizmente, nós ainda não conseguimos.