Governador ataca direitos dos(as) trabalhadores(as)

Vários sindicatos foram convocados pelo governador Rollemberg para uma reunião emergencial na tarde desta segunda-feira (14) para discutir a situação econômica do Distrito Federal. Além do governador do DF, a Comissão de Negociação do Sinpro foi recebida pelos secretários de Relações Institucionais e Sociais, Marcos Dantas, e de Educação, Júlio Gregório.

Durante a reunião Rollemberg mostrou números da situação financeira do Distrito Federal, disse que após o crédito de alguns pagamentos o governo tinha em caixa cerca de R$ 3 milhões e que outros compromissos ainda precisavam ser pagos, e que o reajuste do magistério público do DF correspondia a R$ 130 milhões a mais por mês, algo em torno de R$ 460 milhões até o final do ano.

Alegando a velha falta de recursos o governador ainda comentou que o GDF não tem dinheiro para pagar os salários e o reajuste dos servidores públicos, assim como não teve dinheiro para pagar a pecúnia da licença-prêmio dos(as) professores(as) aposentados(as), fato que ocasionou, segundo ele, o atraso do pagamento do 13º salário dos aniversariantes de agosto.

Na tentativa de contornar a falta de recursos, Rollemberg disse que encaminhou à Câmara Legislativa do Distrito Federal uma série de medidas para aumentar a arrecadação do governo, com o aumento de impostos (ICS e ICMS) e venda de terrenos do GDF. Com este cenário o governador reafirmou o que vem dizendo à imprensa desde o último sábado (12), que dificilmente pagará o reajuste de setembro dos servidores públicos do Distrito Federal.

A Comissão de Negociação do Sinpro questionou o fato do reajuste ter sido apresentado na prévia de pagamento enviado às escolas. Segundo o secretário Marcos Dantas, o governo enviou o valor nas prévias achando que poderia ser pago, mas analisando as contas viu que não poderá fazer o pagamento.

O Sinpro afirmou ao governador que de maneira alguma aceitará que os trabalhadores e trabalhadoras não recebam o reajuste ou qualquer direito trabalhista, e que o GDF precisa buscar alternativas que garantam o pagamento do reajuste, que foi fruto de um processo de negociação desgastante para a categoria com 52 dias de greve.

A Comissão ainda alertou o governador que o não crédito do reajuste provocará uma reação contundente dos professores e professoras, que não aceitarão a subtração de seus direitos.

Nesta terça-feira (15) o Fórum em Defesa do Serviço Público, coordenado pela CUT Brasília, se reunirá para debater estratégias de luta em defesa dos trabalhadores. O Fórum agrega todos os sindicatos de servidores públicos do DF.