GDF abandona ARO e juros do BRB abraçam professores

O governador Rollemberg tem a capacidade de se enrolar cada vez mais quando tenta explicar alguma atitude. Desta vez foram as questões da Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) e do remanejamento de recursos dos fundos distritais.
Em nota, ao festejar que os salários de fevereiro serão pagos em parcela única – graças à entrada de recursos dos fundos distritais, feito aprovado pela Câmara Legislativa na semana passada – Rollemberg afirmou que desistiu da Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) de R$ 400 milhões, pois a “medida significaria pagamento de juros de 15% por parte do DF, ainda neste ano”.
Engraçado, o GDF desiste de uma prerrogativa que poderia saldar todas as dívidas trabalhistas com os servidores, de uma única vez, e se alegra ao não ter que pagar 15% de juros – no ano. E os professores que estão pendurados no BRB? Qual é o percentual de juros a que estão submetidos por mês? Como fica a vida dessas pessoas, sem saída, tendo que arcar com os juros exorbitantes do BRB – o banco oficial do governo, que muito bem poderia ter firmado a ARO a juros camaradas há muito tempo -?
Outro atropelo
Perguntado pelo jornal Correio Braziliense se não seria mais conveniente o governo buscar a alternativa do remanejamento no início do governo, Rollemberg justificou que a medida chegou a ser pensada nos primeiros dias de gestão, mas que “não havia ambiente político” para encaminhar essa discussão na Câmara. “Era necessário que a Câmara percebesse a gravidade da situação em que se encontra o DF”, justificou.
Engraçado, pois desde o dia 1º de janeiro de 2015 Rollemberg conta com maioria na Câmara. Além disso, houve um período de transição entre os governos. Nesse tempo, a equipe do atual governador e parlamentares da base aliada tiveram a oportunidade de identificar possíveis problemas e agir, de imediato, já nos primeiros dias da nova gestão. Por que não o fizeram?
A justificativa de não haver ambiente político é, no mínimo, um exercício fantasioso.