Garotão de prata e regatinha sobre rosa choque no Museu Nacional da República

‌No dia 17 de setembro, a partir das 19h, o Museu Nacional da República inaugura a mostra “Garotão de prata e regatinha sobre rosa choque”, uma série de pinturas realizadas pelo artista visual Rafael de Escóssia em parceria com 24 artistas do Distrito Federal. Com curadoria de Ralph Gehre, que também participou em alguns trabalhos como pintor, a exposição questiona e subverte questões formais da arte. No dia da abertura, artista e curador realizam uma visita guiada à mostra e será realizado um happening, com artistas e a participação do público.

Ao longo do período da exposição, serão realizadas visitas mediadas e o artista ministrará uma oficina sobre a performance da palavra e a parceria artística como forma de criação em arte contemporânea. Em exibição até o dia 3 de novembro, na Galeria 3 do Museu Nacional da República. A visitação é de terça a domingo, das 9h às 18h30. A mostra “Garotão de prata e regatinha sobre rosa choque” é realizada com o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF) e tem o apoio do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade de Brasília (PPGAV-UnB).

 

Visitas guiadas

Como parte da programação da mostra Garotão de prata e regatinha sobre rosa choque, serão realizadas visitas guiadas e uma oficina. No dia da abertura, 17 de setembro, às 20h, artista e curador realizam uma visita guiada à mostra, que será aberta ao público. No dia 18 de outubro, a visita é com o artista e direcionada a escolas com alunos com deficiência auditiva. E, no dia 26 de outubro, a última visita guiada acontece junto com o lançamento do catálogo da mostra. Todas as visitas guiadas contarão com tradução para LIBRAS.

Oficina de produção em parceria

‌A partir de 18 de setembro, Rafael da Escóssia ministrará uma oficina que tem como objeto de investigação a performance da palavra e a prática poética em parceria artística. Com 10 horas de atividades, entre teóricas e práticas, a oficina “Uma breve introdução à performance da palavra (ou ao discurso como performance): a parceria artística enquanto forma de criação em arte contemporânea” tem como objetos de investigação a performance da palavra, a parceria artística, entendidas como dispositivos disruptivos de produção em arte contemporânea. Serão quatro encontros que acontecerão nos dias 20 e 27 de setembro, das 18h30 às 20h30, e 4 e 10 de outubro, das 17h30 às 20h30, no Museu Nacional da República. Ao final da oficina, os participantes receberão um certificado de participação. Podem se inscrever pessoas com mais de 18 anos e interessadas em criar obras em parceria. As inscrições para a oficina começam no dia 9 de setembro por meio do formulário eletrônico disponibilizado no perfil do artista no Instagram @bixakamikaze. A participação é gratuita.

Happening

Ao visitar a exposição, o público terá oportunidade de participar de happening, vestindo-se de garotão de prata e regatinha para compor uma das obras, fazer fotos e performar no espaço. No dia de inauguração da exposição, o artista dará início à ação performática, seguido da Letícia Miranda, coautora da obra. À continuação, o público presente poderá participar do happening.

Artista e obras da exposição

‌Artista visual e advogado, Rafael da Escóssia investiga a natureza da pintura e a performance da palavra a partir de parcerias com 24 artistas. As pinturas criticam as instituições e têm em comum palavras pretas sobre fundo cor-de-rosa. O artista afirma que a ação como elemento significativo da obra sempre esteve presente em sua produção. “E isso, em grande medida, segue pautando minha criação. Esta mostra, no entanto, evidencia meu crescente interesse pela pintura, que é essa linguagem canônica das Artes Visuais sobre a qual venho me debruçando com mais atenção e afinco desde o ano passado principalmente”, comenta Rafael. E completa: “A exposição pode ser vista como um grande texto pictórico-instalativo repleto de deboche, humor e ironia”.

‌Das 29 obras presentes na mostra, apenas duas são assinadas exclusivamente pelo artista. A decisão a respeito de como as obras seriam realizadas foi tomada caso a caso, considerando a dinâmica relacional com cada artista, os interesses poéticos envolvidos e a disponibilidade para a realização dos trabalhos. “De algumas das obras colaborativas eu não participei diretamente da realização material; em outras, estive diretamente envolvido na sua execução. Em todos os casos, no entanto, o protocolo rígido da exposição determinado por mim (palavras pretas sobre fundo cor-de-rosa) foi o mote conceitual para a realização das pinturas, que, de forma geral, lançam perguntas e críticas ao sistema de arte e seus agentes. As palavras pintadas foram escolhidas em comum acordo com as/os artistas parceiras/os”, conclui.

‌Em seu texto curatorial, Ralph Gehre afirma: “Essa forma de trabalho, que justifica a denominação desta como uma exposição de pinturas, submete as qualidades formais alcançadas no longo histórico dessa prática, subvertendo os critérios acadêmicos de harmonia, equilíbrio, eloquência e autoria. Temos aqui trabalhos de mais de vinte artistas, sempre assinados a quatro mãos, formando pares de pensamentos concatenados”.

‌Ainda que desde 2017 venha formulando o pensamento sobre a parceria artística (coautoria) como forma de criação em arte contemporânea, é em 2021 que o artista dá início aos primeiros trabalhos que compõem esta mostra. “Felizmente tenho a honra de ter trabalhado em parceria com dezenas de artistas até o momento. Na história desta cidade, talvez eu seja um dos artistas visuais que até hoje mais tenha produzido em coautoria com outras pessoas”, diz. “Entendo que a parceria envolve diálogo, escuta, interesse mútuo, amizade e negociações. Gosto de trabalhar com outras pessoas porque amo gente, sempre aprendo e tenho a oportunidade de estreitar laços com artistas por quem nutro grande admiração, carinho e respeito. É também oportunidade para descobrir mais sobre mim e refletir sobre aquilo que pode haver de identitário na minha pesquisa e que, portanto, remanesce nos resultados colaborativos. Criar em conjunto envolve ceder de um lado e, de outro, reivindicar aquilo que é inegociável para cada um/a. Os limites disso só podem ser compreendidos no próprio processo criativo”, completa.

A propósito do título, o curador conclui: “O garotão de prata e regatinha, fofo, atrevido, vulgar e singelo, arregaça uma forma de se colocar no mundo pela entrega explícita, sexualizada e atrevida com que anuncia uma possibilidade: achei a exposição boa. Eu diria mesmo, gostosa.”

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Artistas colaboradores

Participam da exposição como coautoras/es das obras as/os artistas anabi, Ateliê das Dores (Lux Delfino), Bárbara Paz, Brida Abajur, Carlos Monaretta, Clara Costa, Clarice Gonçalves, Gê Orthof, Gisel Carriconde Azevedo, Gustavo Silvamaral, Henrique Farage, Júlio César A. Lopes, Letícia Miranda, Lúcia Rocha, Maria Eugênia Matricardi, Mariana Destro, Natasha de Albuquerque, Raísa Curty, Ralph Gehre, sam., Sofia Ramos, Suyan de Mattos, Tainá Pinto e Taís Koshino.