Formação continuada do Sinpro debate gênero, diversidade e educação sexual nas escolas

A Secretaria de Assuntos de Raça e Sexualidade do Sinpro, em parceria com o professor da Secretária de Educação (SEEDF) Leonardo Café, adota como política a realização de formação continuada com professores e professoras sobre “Gênero, Diversidade e Educação Sexual”.

 

Alguns professores que participaram da formação do Sinpro sobre Gênero, Diversidade e Educação Sexual | Foto: arquivo Sinpro-DF

O objetivo da iniciativa é oferecer à categoria subsídios para a criação de uma proposta político-pedagógica de combate à LGBTQIPNA+fobia e todas as formas de opressão no espaço escolar. As conversas serão fundamentadas no Currículo em Movimento e em outras normativas que regem o processo de ensino.

A diretora do Sinpro Ana Cristina Macedo explica que as atividades foram pensadas a partir da demanda da categoria do magistério público.

“As escolas, de acordo com a Lei da Gestão Democrática, têm que instrumentalizar os professores e as professoras para que a educação pública seja, de fato, inclusiva, democrática e que respeite as diversas orientações sexuais e a identidade de gênero. O Currículo em Movimento apresenta essa abordagem como ela deve ser teoricamente, mas, na prática, ainda há muito o que avançar. Por isso, levamos esse trabalho orientado para que os(as) estudantes sejam acolhidos”, explica a dirigente sindical.

Educação para transformar
Professor Leonardo Café, que apresenta aos(às) professores(as) conteúdo de formação continuada, afirma que gênero é uma construção social, cultural e histórica. Ele pontua a importância da educação na mudança de valores, crenças e comportamentos para a construção de uma sociedade mais inclusiva.

“Essa ação de formação, quando é pensada em gênero, está indo às escolas para provocar os profissionais da educação a pensarem desvinculando gênero de sexo biológico, a partir de uma perspectiva em que a gente possa, no nosso dia a dia, problematizar essas questões e mostrar que homens e mulheres podem ocupar os mesmos lugares na sociedade”, disse o docente que também é mestre em linguística pela Universidade de Brasília (UnB).

Sobre diversidade sexual, Leonardo Café lembra que o debate é importante para estimular a reflexão de como estudantes LGBTQIAPN+ podem ser melhor acolhidos e se sentirem mais pertencentes às escolas.

“Muitas vezes, esse é um assunto (diversidade sexual) que foi naturalizado como algo que não deveria ser trado nas escolas. Mas deve ser tratado, sim. Quando a gente leva essa discussão para as escolas, estamos discutindo as demandas das pessoas e como é possível trazer uma nova perspectiva para nossas práticas e discursos nas salas de aula, inclusive para resguardar os profissionais de educação que estão tentando fazer da escola um espaço plural”, afirma.