Falta programa preventivo contra problemas de saúde que atingem categoria no DF
A falta de uma política preventiva contra a depressão, estresse, o cansaço e outros problemas relacionados à saúde mental e corporal é, segundo diretores do Sinpro-DF, a principal razão para a ausência de professores/as nas salas de aula da rede pública de ensino do Distrito Federal.
A inexistência de um quadro de professores/as substitutos/as na Secretaria de Educação do DF, para cobrir as licenças médicas de titulares, também provoca problemas em grande parte das escolas da rede pública.
Dados da SE-DF revelam que em 2012 mais de 31,5 mil professores da rede pública obtiveram licenças médicas, as quais totalizaram mais de 711 mil dias. A média anual chega perto dos 23 dias de licença por professor.
Após as licenças para o acompanhamento de familiares doentes, que correspondem a quase 18% do total delas, e as licenças para convalescência, os episódios depressivos e outros transtornos ansiosos aparecem como principais fatores para concessões de licenças médicas, segundo informações da SE.
Também, ainda conforme dados da SE, a dorsalgia (dor nas costas) entre os professores/as aparece como uma das principais causas para as obtenções de licenças.
Sem conhecimento de causa, a grande mídia trata o assunto como se a categoria fosse composta por impostores ou preguiçosos que deixam os estudantes sem aulas. O problema não ocorre apenas no DF. Ele é detectado em todos os estados do País.
Em São Paulo, por exemplo, a Secretaria Municipal de Educação ainda aguarda estudos detalhados sobre os motivos de licenças, mas sabe que problemas relacionados à saúde mental, estresse e fadiga causam a maior parte das ausências por motivos médicos. Esse tipo de licença soma metade das ausências de 2012, mas houve queda desde 2009, quando representava 61% do total.
Um dado que preocupa a prefeitura paulista, mas, segundo o secretário de Educação, Cesar Callegari, ainda não tem uma explicação clara, é o aumento nas licenças por acidente de trabalho. Essa categoria cresceu 43% entre 2009 e 2012, alcançando 176,6 mil dias de ausências (10% do total do ano passado).
Para lidar com os problemas de saúde, o município já está desenvolvendo uma série de ações. “Se o professor está ficando doente é preocupante. É um problema de todos nós, temos de agir”, diz o secretário.
A diretoria do Sinpro-DF se empenha em cobrar da SE-DF um programa de prevenção às patologias ocupacionais e também de um quadro de suplência para preencher as ausências ocasionadas pelas eventuais licenças médicas.