Falta de merenda em escolas públicas do DF é questionada pelo Ministério Público

Após denúncias sobre problemas no fornecimento da alimentação para escolas públicas do Distrito Federal, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) oficiou o GDF sobre esta situação. Nos últimos dias o MPDFT foi informado que o fornecimento dos alimentos em algumas escolas era extremamente falho, além do governo não apoiar o Conselho de Alimentação Escolar. Tudo isto foi relatado em documento recebido pela 1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc).

Em documento o procurador de Justiça da Proeduc, Anderson Pereira, afirma que “diante do exposto, oficie-se à Secretária de Educação do DF, com a urgência que o caso requer, questionando-lhe acerca das razões da Recomendação referida e requisitando-lhe informações sobre os casos noticiados na imprensa de merendas inadequadas (por sua pobreza nutricional) fornecidas aos alunos das escolas públicas do Distrito Federal”.

 

Sinpro cobra mudanças

Em matéria divulgada pelo Sinpro na última terça-feira (11), denúncias apresentadas pelo CAE (Conselho de Alimentação Escolar) dão conta de que a distribuição de alimentos para a merenda escolar está inadequada no Distrito Federal. Em visita ao CEF 05 de Taguatinga Sul e ao CEM 02 do Gama, conselheiros apontaram uma realidade que, infelizmente, não é isolada.

No CEF 05, os freezers e o depósito estão praticamente vazios. No depósito do CEM 02 do Gama, a situação é a mesma. A escola, que recebe, diariamente, cerca de 2 mil estudantes, tem disponibilizado um forno de microondas para que adolescentes aqueçam marmitas trazidas de casa para poderem se alimentar. Em ambas as escolas, tem sido oferecido, na maioria das vezes, somente biscoito com suco ou com leite.

No CEM 01 do Gama, estudantes relataram ao CAE que, geralmente, se são liberados depois de outras turmas, a refeição já está acabada, ou sobram apenas os restos queimados do fundo da panela. Eles também afirmam que faltam temperos, como sal, e suco para acompanhar alimentos secos. “A falta de merenda adequada não é um caso isolado”, aponta o diretor do Sinpro Samuel Fernandes, membro do CAE. “O governo não vem entregando alimentos como carne, frango e verduras, em muitas escolas”. Samuel também denuncia que o governo não disponibiliza transporte para que os conselheiros cumpram seu papel de fiscalizar, como deveria fazer. “Estamos recebendo, a cada dia, relatos de que as direções não conseguem fazer a substituição dos gêneros alimentícios”, complementa Ricardo Gama, também conselheiro do CAE representando o Sinpro. “Nossos conselheiros não recebem do GDF a devida atenção e apoio logístico para atuar”, destaca ele.

O CAE protocolou uma denúncia junto à Proeduc (Promotoria de Justiça de Defesa da Educação, do Ministério Público), na qual relata a situação encontrada nas escolas, inclusive os materiais inadequados de que as merendeiras dispõem para trabalhar. O Sinpro segue acompanhando de perto, exigindo que a SEEDF tome as providências cabíveis.

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