Exposição resgata a memória dos moradores da antiga Vila Paranoá

A Associação Cultural Jornada Literária do DF, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), apresenta a exposição “Memória e Afeto da Vila Paranoá – Resgatar, Preservar e Difundir a memória dos moradores da antiga Vila Paranoá“, de 6 a 28 de outubro de 2025. A abertura acontece nesta segunda-feira (6/10), às 14h30, no espaço de exposições do Iphan em Brasília. A visitação é gratuita, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

A mostra é um tributo à trajetória da Vila Paranoá, comunidade fundada em 1957 que abrigou muitos dos(as) trabalhadores(as) – pedreiros, carpinteiros, empregadas domésticas, vigilantes – que ajudaram a construir a capital. Situada entre o Lago Sul e o Lago Norte, a vila foi removida em 1989, mas sua história resiste ao esquecimento, deixando marcas profundas na memória afetiva e social do Distrito Federal.

A exposição reúne fotografias, depoimentos de moradoras, documentos inéditos, trechos do livro Memória e Afeto da Vila Paranoá e registros da imprensa. O percurso expositivo destaca o papel das mulheres — em especial mulheres negras e idosas — como guardiãs da memória e da identidade de um território tantas vezes ameaçado pelo esquecimento.

Entre os destaques estão as fotografias inéditas de Cláudio Acioly Jr., arquiteto e fotógrafo que documentou casas de madeira, ruas de terra e a resistência cotidiana da vila. Também estarão expostos registros do processo de criação do projeto, resultado de oficinas, rodas de conversa e visitas ao território, que ressaltam a importância do Arquivo Público do DF e da preservação documental para a história da capital.

Personagem na história da educação

Um dos personagens marcantes da história da Vila Paranoá é o professor Nelson Ramos Filho. Sua atuação extrapolou a sala de aula e deixou um legado profundo na comunidade.

Conhecido por sua abordagem revolucionária da educação pela arte, promovendo pensamento crítico, cidadania e consciência social entre os(as) alunos(as), o educador atuou como instrutor de Educação Artística no antigo Centro de Ensino da Vila Paranoá nos anos 1980.

Durante seu período na Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), criou o musical “Alô, Alô, Paranoá”, baseado em conversas coletadas no único orelhão da comunidade, transformando relatos cotidianos em arte e crítica social; promovia temas como reciclagem, racismo e direitos sociais muito antes de serem amplamente debatidos; além de inspirar alunos(as) a se tornarem educadores e agentes de transformação.

Um grupo de ex-alunos e moradores do Paranoá está promovendo um abaixo assinado para que o Centro de Ensino Fundamental 01 do Paranoá receba o nome de Professor Nelson Ramos Filho, como forma de eternizar sua contribuição à comunidade.

SERVIÇO

Exposição: Memória e Afeto da Vila Paranoá

Abertura: 6 de outubro de 2025, às 14h30

Visitação: de 6 a 28 de outubro de 2025, de segunda a sexta, das 9h às 17h
Local: Espaço de Exposição do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)

Endereço: SEPS 702/902, Bloco B, Centro Empresarial Brasília 50, Torre Iphan

 

Edição: Vanessa Galassi